A MULHER PALESTINA E OS DIREITOS HUMANOS
Luciana Garcia de Oliveira
"Não luto contra os homens,
luto contra o sistema sexista"
Elfriede Jelinek
Panorama
geral da mulher árabe e muçulmana
Muito
embora já existisse uma grande predominância de inúmeros esteriótipos, que
permeiam o imaginário árabe muçulmano, comumente refletido nos filmes, livros,
revistas e nas artes plásticas, esse fenômeno foi fortemente exaltado após os
atentados de 11 de setembro de 2001. Mesmo assim, a mulher árabe assim como todas
as mulheres, em sua natureza permaneceram com muitas semelhanças às mulheres
ocidentais, ao mesmo tempo em que, foi devidamente mantida a sua singularidade,
assim como todos os seres humanos da face da terra.
A
constatação de uma conjuntura de cerceamento de liberdade no mundo árabe, nas
palavras da jornalista Joumana Haddad, reflete na atual condição da identidade
árabe que, segundo ela,
ser árabe
hoje em dia significa que você tem que ser hipócrita. Significa que você não
pode viver o que realmente quer viver, nem pensar de maneira honesta,
espontânea e inocente. Significa que você esta dividido, proibido de falar a
verdade nua e crua (e a verdade é crua; esse é o seu papel, e é aí que esta a
sua força), porque a maioria árabe depende de uma teia de mentiras e ilusões
reconfortantes. Significa que sua vida e suas histórias têm de ser abafadas,
tolhidas e codificadas; reescritas para agradar os guardiões vestais da
castidade árabe, para que esses possam ficar sossegados em relação ao fato de o
delicado "hímen" árabe estar protegido do pecado, da vergonha, da desonra ou da
mancha.[1]
De
acordo com essa conjuntura, é muito comum nos depararmos com uma diversidade de
publicações que retratam a mulher árabe e muçulmana de uma forma bastante
distorcida e superficial, sobretudo por parte dos próprios escritores árabes
existentes. Isso porque ser árabe muçulmano atualmente significa renunciar a
sua individualidade, a fim de seguir (e acreditar), unicamente nas palavras de
um líder que, impede um posicionamento contrário às tendências homogeneizantes.
E, toda a produção que foge à essa regra, torna-se infelizmente uma rara
exceção.
A
real privação de liberdade no mundo árabe, é aplicado às mulheres de forma
muito mais tirânica, quando comparado aos homens. No momento em que Haddad narra a
situação, de modo particular, revela que no caso de uma escritora que vive num
país árabe, sua condição será "escrever em código. E quando essa mesma mulher recusa fazer
concessões, é inúmeras vezes alvo de uma série de acusações patriarcais"[2].
É
comumente afirmado por muitas instituições culturais árabes que a censura
protege os valores culturais. Essa mesma mentalidade moralista predominante, é
capaz de corroborar numa demasiada crise
da criatividade e de identidade, inspirada sobretudo, pela facção conservadora.
A mesma facção responsável pelos
horrores que são perpetrados diariamente contra as mulheres, em algumas regiões
mais extremistas do mundo árabe e muçulmano. Segundo Joumana Haddad:
As mais
hediondas dessas práticas, a meu ver, é o que chamam de "lavar a honra", porque
uma mulher mancha irrevogavelmente a honra da família quando pratica sexo antes
do casamento, ou quando é estuprada, ou quando pede o divórcio, ou quando foge
e se casa contra a vontade da família. [3]
A
massificação da cultura árabe irradia qualquer tipo de opinião pessoal. Nesse
sentido, o indivíduo desaparece em detrimento das tendências sociais,
religiosas e políticas, o que tende a dissolver todo o talento individual. Essa
tendência promove, entre outros aspectos, a produção de clichês em larga escala
e uma imagem absolutamente estereotipada, muito longe do que é de fato a
realidade. Com relação à mulher, particularmente, esses esteriótipos predominam
na figura da mulher reprimida e submissa aos homens e à família, o que, de
certa forma, não é totalmente equivocado.
Sob
o ponto de vista internacional, a imagem da mulher árabe foi progressivamente
construída de acordo com os grandes fluxos migratórios para a Europa e América
do Sul e do Norte, o que proporcionou a chamada "reação pelo véu", como uma
posição defensiva à uma hostilidade
ocidental ao islamismo. É exatamente por isso que essa imagem acaba reafirmando
o que é tido como o único modelo "evidente", juntamente com todas as conotações
negativas.
Além
disso, os árabes muçulmanos de uma maneira geral, possuem uma imagem atrelada
as guerras e aos conflitos, o maior exemplo disso é o predominante conflito
Israel-Palestina. Essa situação de intensa violência, contribui para que grande
parcela das mulheres passassem a exercerem o papel de viúvas e órfãs.
A
presença das mulheres árabes-palestinas no exílio, fomentou para que essas
comunidades preservassem de maneira muito mais assertiva seus traços culturais
palestinos. Assim, de modo à se diferenciar das mulheres ocidentais, eram
frequentemente destacadas algumas características próprias da cultura árabe e
muçulmana como a tradição, obediência, educação e o recato. Com efeito, a maior
parte dos atributos invocados faziam referência ao gênero.
Nesse
sentido, ao se contraporem às idéias feministas ocidentais, mostravam-se
contrárias ao modelo individualista que, para muitas, não prioriza a família,
como uma instituição sagrada. Por outra parte, foram apontadas no artigo Ser
palestina no Brasil: memórias de guerra, experiências de gênero, algumas
diferenças no que concerne, mais particularmente a visão da mulher brasileira,
assim,
as que
migraram na década de 1990, tendem a falar das brasileiras como se estas
formassem um grupo homogêneo, descartando as características e diferenciações
internas e reduzindo-as à esteriótipos de "mulher sem valor" ou "liberadas
sexualmente". Sentindo-se muito distantes deste modelo, elas afirmam não ter
amigas brasileiras. Já as refugiadas e a migrada em 1977, possuiriam discursos
menos totalizantes. Por um lado, elas afirmam que não julgam negativamente as
mulheres daqui, uma vez que estas seguiriam preceitos de sua própria cultura.[4]
Na
cultura árabe, é a mãe quem transmite a "moral" para os filhos. Justamente por
isso, é priorizado o casamento entre palestinos, na garantia de que a
permanência da cultura palestina sobreviverá, mesmo entre as novas gerações.
Muito
embora a questão cultural tenha uma notável importância, a preferência por
casamentos dentro da comunidade, ganhou novos sentidos na diáspora. Nesse
passo, os casamentos passaram a serem utilizados como uma "arma política",
capaz de evitar que a cultura palestina não se perca diante de uma ocupação
estrangeira na Palestina distante.
A mulher palestina
"Nunca vou deixar de ser
livre. Vou cantar os desejos do meu espírito, mesmo que você me esmague com
seus grilhões. Minha música vai jorrar das profundezas".
Fadwan
Touqan – poetisa palestina (1917-2003)
A
situação, especificamente da mulher palestina está intrinsecamente atrelada à
rotina de um território sob ocupação, situação que enseja grandes impactos com
reflexos importantes na saúde, educação e no trabalho da mulher dentro dos
territórios ocupados.
De acordo com as últimas estatísticas, então
divulgadas no documento Social and economic situation of palestine
women:1990-2003, pertencente à Organização das Nações Unidas (ONU), poder
ser reparado a existência de alguns
avanços na conjuntura feminina no mundo árabe de uma maneira geral e, mais particularmente na condição de vida
da mulher palestina. Um desses avanços, apontado pelo documento citado
anteriormente, refere-se à área da educação, é constatado no entanto que há uma
maior presença feminina nas instituições de ensino que vão desde às escolas
primárias até as instituições de ensino superior, como as Universidades. O que
implica diretamente numa eventual queda da taxa de natalidade (bastante alta,
quando comparamos com as taxas israelenses) e, conseqüentemente em um aumento,
ainda muito incipiente, da participação política feminina e no mercado de
trabalho.
Denota-se no entanto que, após a Nakba, em
1948, houve uma mudança bastante drástica com relação ao papel da mulher na
sociedade palestina. Foi a partir daí, que as mulheres passaram a conviver
com numa realidade diversa à que estavam
de fato acostumadas, o estado de sítio instaurado nos territórios ocupados,
alterou a rotina da mulher palestina de maneira importante. Assim, as famílias
exiladas, passaram a adaptar-se obrigatoriamente à uma cultura diversa e as que
ficaram, passaram a conviver com políticas repressivas, com a liberdade
cerceada e sobretudo, dentro de uma conjuntura de violência extrema.
Foi,
inclusive por volta de 1950 que o Brasil registrou a incidência de imigração
palestina, representado por centenas de homens oriundos da Cisjordânia, com
pretensões puramente econômicas, ao contrário da visão acerca da figura do
refugiado. O predomínio de homens imigrantes, em detrimento das mulheres, pode
ser justificada pelo fato de que as mulheres muito raramente migravam sozinhas,
desacompanhadas dos seus maridos e de sua família. Nesse sentido, a imigração
feminina palestina no Brasil foi, de fato, estabelecida tão somente quando a
imigração masculina temporária, passou a ter caráter definitivo.
Para
muitas mulheres, a imigração foi concebida no momento da escolha em se casar
com pretendentes que já se encontravam em território nacional. Com relação às
refugiadas, por sua vez, muito mais que uma escolha, a imigração foi
considerada como condição diante de um conflito violento.
Nesse
passo, para ambos os grupos de mulheres, o conflito Israel-Palestina, é parte
integrante de sua identidade, uma vez que a guerra e a ocupação foram
responsáveis diretamente pelo seus deslocamentos. E, os traumas relatados por
muitas palestinas no exílio, são basicamente referentes à violação do corpo
feminino e, o medo gerado pela possibilidade dessas ocorrências, propulsionou
para que muitas famílias fugissem dos locais de disputa e conflito.
De
acordo com Sônia Cristina Hamid, "a literatura demostra que em contextos de
guerra haveria uma associação entre território e corpo feminino, na medida em
que a conquista territorial costumaria ser seguida e expressa pela violação
corporal"[5]. De
acordo com essa premissa, a prática do
crime de estupro significa por sua vez, uma dominação física e moral do
inimigo.
Diante
das discussões sobre guerra e movimento de resistência no seio familiar, muitas
imigrantes, na tentativa de estender o engajamento político fora da Palestina,
organizaram grupos de dança folclórica árabe – Dabke, passeatas e
diversos grupos de pesquisa e discussão. Muitas, inclusive passaram a
participar ativamente dentro do movimento de resistência palestino, o que
fomentou para que a mulher adquirisse um novo status de independência e
autoridade.
Essa
nova fase da realidade feminina palestina foi, no entanto, estendida até o
período da primeira Intifada, em 1987. Momento em que o governo do
Estado de Israel instaurou um novo estado de sítio, dentro dos territórios
palestinos, o que acarretou, de maneira direta, no aumento do índice de
desemprego, da pobreza e da miséria nessas mesmas regiões.
Ainda,
não bastando todos os prejuízos durante a primeira Intifada, foi,
durante a segunda Intifada, em 2000, que as forças israelenses
demandaram um uso excessivo de força, resultante num alto saldo de prisões
administrativas, assassinatos, demolições de casas e confiscos de terras. O que
resultou numa ampla destruição da infra estrutura palestina, a partir daí, muitas mulheres passaram à exercerem um papel
ainda mais efetivo nas políticas contrárias à ocupação. Como conseqüência,
muitas vidas se perderam e, as que enfim sobreviveram, tiveram que conviver com
a difícil ausência de seus maridos e filhos.
De
acordo com o documento estudado, ao se tornar viúva repentinamente, a mulher
palestina que, até então dependia financeiramente dos seus maridos, passou a
ser a provedora de suas próprias famílias. A pouca experiência das mulheres ao
mercado de trabalho, de uma maneira geral,
fez com que essa transição fosse extremamente traumática, sob o ponto de
vista psicológico.
Dentre
as mulheres sobreviventes aos conflitos, a parcela mais vulnerável, as mulheres
que encontravam-se à época grávidas, detiveram as piores seqüelas. Foi nessa
ocasião que o índice de abortos subiu à níveis alarmantes, por diversos
motivos, entre os mais importantes podemos destacar a grande exposição diária à
gazes tóxicos e a exposição pessoal aos abusos contra a população civil.
Desde
o início da segunda Intifada, algumas mulheres palestinas também foram
detidas, sob o regime de prisão administrativa, dentre elas, algumas menores de
idade. As dependência internas das penitenciárias eram os locais onde se
manifestavam à maior parte dos abusos de direitos humanos cometidos contra as
mulheres. Queixas com relação aos abusos sexuais cometidos pelos carcereiros e
chefes administrativos dessas penitenciárias, eram bastante comuns nessa mesma
ocasião. Além da violência sexual, o emprego da tortura durante os
interrogatórios era uma prática
recorrente, foi inclusive relatado no documento que muitas mulheres
haviam sido obrigadas à realizar o parto dentro das celas, sem as condições
mínimas de saúde e higiene. Essa mesma condição de insalubridade nas celas
contribuiu para que muitas mulheres fossem infectadas por diversos tipos
doenças e infecções.
Nos
territórios ocupados, fora das detenções, o índice da taxa de natalidade não
parava de crescer, a região da Faixa de Gaza passou a ser considerada o
território com a maior densidade populacional do planeta e, o nível de
fertilidade entre as mulheres palestinas passou a ser considerados um dos
maiores do mundo. Essa realidade pode ser justificada sob diversos fatores
culturais, predominantes dentro do mundo árabe e muçulmano, uma delas, sem
dúvidas, é a prática tradicional do casamento entre mulheres muito jovens, uma
vez que o casamento na cultura árabe e muçulmana é considerado como sendo uma
fonte de segurança e estabilidade para as mulheres e suas famílias.
Muito
embora a tradição cultural do matrimônio entre mulheres muito jovens tem
prevalecido nessas regiões, estatísticas são capazes de apontar uma mudança
dessa realidades nos últimos anos. O índice de fertilidade nos presentes sensos
apontam uma queda da taxa de natalidade, fator este que pode atribuído ao
aumento do acesso à educação entre as mulheres palestinas e a presença
crescente da mulher no mercado de trabalho. Há, no entanto diferenças numéricas
entre as regiões que compõe a Palestina, nesse sentido, a região da Faixa de
Gaza ainda é responsável por elevados índices de natalidade, representado por
6.9 filhos por mulher, comparado ao índice de 5.6 filhos, entre as mulheres na
Cisjordânia.
A
alta taxa de mortes em decorrência do parto, sempre foi um fator de grande
preocupação da sociedade palestina e representa a terceira maior causa de óbito
entre as mulheres na Palestina em idade de reprodução. De forma semelhante à
queda da taxa de natalidade, houve também um importante decréscimo na taxa de
mortalidade de mulheres nessas condições. Se antes, haviam 80 mulheres (num
universo de 100.000) que morriam durante o parto, em 1997 esse índice decresceu
para 60 mulheres. Apesar da crescente melhora, a Faixa de Gaza ainda detém os
piores índices.
Com
relação às demais heranças do conflito, é possível nos deparamos com um
progressivo aumento de mulheres "chefes de família" na Cisjordânia e na Faixa
de Gaza, isso porque as mulheres passaram a conviver com a perda, com o exílio
de seus maridos (e provedores) e, surpreendentemente com a ausência resultante
do pedido de divórcio, por parte das mulheres descontentes com o matrimônio.
Com
o advento da cultura de resistência nacional, cada vez mais mulheres passaram a
integrar integralmente e ou parcialmente à esses programas, representados sob
diversas formas, quais sejam, na presença marcante nas manifestações de rua, sit-ins
e nas realizações de petições (de diversas finalidades). Ainda, é possível
depararmos com muitas mulheres que se filiaram aos partidos políticos e, que
participam ativamente das decisões políticas debatidas, principalmente durante
os processos de paz em prol da proclamação de um Estado palestino livre e
soberano.
Muito
embora exista uma evidente melhora no tratamento feminino, a participação
política feminina ainda é muito reduzida. Situação pela qual tem fomentado
debates em prol da proposta de implementação de uma quota mínima de 1/3 de
integrantes femininas no Conselho Legislativo Palestino. O que, de fato,
viabilizaria numa maior representatividade política e social e numa eventual
melhora do sistema democrático na Palestina.
Ao
referir-se à emergência do movimento de mulheres palestinas, como um todo, a
característica que mais chama a atenção entre os acadêmicos e observadores
internacionais é a secularização no tratamento de temas como justiça,
democracia, igualdade e desenvolvimento. Dentre as principais demandas do
movimento são destacados: uma ampla proteção à igualdade de direitos, nas áreas
da educação, trabalho e política; fim da
legislação discriminatória às mulheres e a proteção legal contra a violência
doméstica e às restrições de liberdade de movimento das mulheres, dentre outras
bandeiras.
Além
dos inúmeros prejuízos que permeiam a rotina das mulheres palestinas, existe
ainda uma grande dificuldade na obtenção de empregos formais, nesse sentido,
estima-se que somente 12% das mulheres, economicamente ativas, encontram-se
formalmente empregadas. Em 2001, houve um decréscimo para 10.4%, muito
devidamente às repercussões da segunda Intifada. Nesse contexto, as
mulheres devidamente empregadas ainda são piores remuneradas, quando comparado
à remuneração dos seus maridos. É comprovado, no entanto que, de uma maneira
geral, as mulheres recebem em torno de 75% menos do que os homens na Palestina.
Situação ainda mais alarmante na Faixa de Gaza, uma vez que somente 6% de suas
mulheres estão formalmente empregadas nos setores agrícolas.
Considerações
finais
Pode
ser constatado, por sua vez que, as mulheres palestinas ainda são extremamente
dependentes financeiramente dos seus maridos. Isso porque apenas 8% das
mulheres são consideradas totalmente provedoras de suas famílias, dentre as
quais 60% são viúvas, 15% são divorciadas e 13% separadas. A maior incidência
de pobreza e miséria, esta diretamente atrelado ao maior número de dependentes,
portanto entre as famílias mais numerosas, superior à 10 pessoas.
Ao
se auferir à educação, a taxa de analfabetismo entre as mulheres palestinas em
sua totalidade (Cisjordânia e Faixa de Gaza), é constatado que 91.5% são
alfabetizadas, em comparação à 77% da estimativa masculina. Isso se deve à um
maior número de meninas matriculadas nas escolas palestinas, tido como reflexos
desde o projeto da Declaração de
Independência Palestina, estabelecido em 15 de novembro de 1988, a qual reafirmava a
igualdade entre homens e mulheres e, proibia intempestivamente a discriminação
entre gêneros.
Desde
a publicação do census de 1997, pode ser verificado que o uso de métodos
contraceptivos entre as mulheres tem sido bastante elevado, em torno de 98% das
mulheres sexualmente ativas. Sendo que 31% se utilizam de métodos modernos e as
demais, 45%, os métodos mais tradicionais. O que pode ser considerado como
resultado imediato de uma boa inclusão educacional e à independência social e
financeira crescente da mulher palestina.
Apesar
dos bons índices educacionais, a situação psicológica da mulher palestina é
ainda muito abalada, devido ao convívio intenso com a violência e o descaso na
região do Oriente Médio. Nesse passo, em 1995 um índice aproximado entre 40-50%
das mulheres foram consideradas com alguma enfermidade de natureza psicológica,
dentre todos os males, a depressão adquiriu um particular destaque entre as
mulheres psicologicamente afetadas.
O
que comprova, de fato, que todos os prejuízos sofridos pelas mulheres
palestinas, como um todo, estão diretamente associado ao presente conflito
Israel-Palestina, à ocupação de territórios e às demais políticas repressivas.
De maneira diferente do que é comumente divulgado nos meios de comunicação de
massa, os quais atribuem como sendo as principais causas para a violação dos
direitos humanos das mulheres orientais a violência do tipo doméstica,
cometidas em decorrência de uma demasiada defesa aos preceitos islâmicos.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGÁFICAS:
HADDAD,
Joumana. Eu matei Sherazade – confissões de uma árabe enfurecida. São
Paulo: editora Record, 2012.
HAMID, Sônia
Cristina. Ser palestina no Brasil: memórias de guerra, experiências de
gênero. Disponível em: http://www.icarabe.org/artigos/ser-palestina-no-brasil-memorias-de-guerra-experiencias-de-genero.
Social and economic situation of palestinian women:
1990-2003, disponível no Economic and Social
Commission of Western Asia. New York: United Nations, 2004.