ZUNÁI - Revista de poesia & debates

 

 

HOLDERLIN E A MEDIDA POÉTICA

 

Vênus Brasileira Couy

 

O devir de cada um está no som de seu nome.
Maria Gabriela Llansol

 

Como estabelecer um diálogo com aquele que acerca da atividade poética a denominou a "mais inocente das tarefas" e acabou por lançar, em um de seus poemas mais conhecidos, a questão: "para que poesia em tempos de indigência?" Como aproximar-se de quem, contemporâneo e amigo de Schelling, Hegel e Schiller, terminou por eleger a Grécia e as tragédias de Sófocles como matéria de trabalho e tornou-se um dos pioneiros na tarefa da tradução transcriadora – empreitada que lhe rendeu muitas críticas e recusa de suas traduções? Como reconhecer o poeta, que, embora trouxesse, como assinalaram alguns críticos, na literalidade de seu nome a musicalidade de seus poemas, como bem anteviu a escritora contemporânea portuguesa, Maria Gabriela Llansol, ao intitular o seu romance de Hölder de Hölderlin [1], certa vez negou seu nome – "Eu, senhor meu, já não tenho o mesmo nome" [2] – e, em nomes estrangeiros, foi buscar o seu e se chamou "Kallalusimeno", "Buonarotti" e "Scarnadelli"? Como acercar-se ainda daquele que, na radicalidade de sua poesia, ditou poeticamente a estranheza e a diferença: "eu reuno/ o que é estranho, / O que é desconhecido, minha palavra designa, / E o amor dos vivos, eu o transporto / Para o alto e para baixo; o que falta a um, / Trago eu de outro... / E assemelho-me a ninguém e a todos." [3]

 

Chamado de "demente" por uns, "estranho" por outros, como escutar quem "emudeceu seus lábios" – e certa vez disse que não compreendia muito bem os homens: "entendia o silêncio do éter / palavras dos homens nunca entendi" – e, ainda assim, não silenciou sua pena? Como ainda capturar as imagens que fulguram nos poemas de quem, ainda devoto do amor por Diotima e com a "mente anoitecida", voltou a pé daquela que seria a sua última errância e encontrou no exílio que lhe impingiu – trinta e seis anos encerrado na torre em Tübingen – o abrigo para entoar seus instrumentos e compor, na virada de 1800, hinos, odes e elegias de maior fôlego? Como, sobretudo, escutar aquilo que o poema e o poeta silenciam? É nesta dimensão que pretendemos estabelecer um diálogo poético com Hölderlin: "e se queres ficar, serve ao mais velho. / E permite-lhe antes de todos, / Deuses e homens, que o poeta diga o seu nome." [4]

 

Uma leitura apressada do poema "No azul sereno" [5] (In lieblicher Bläue) talvez nos levasse a crer que temos aí apenas estilhaços da velha retórica literária, que abusa das inversões de vocábulos e períodos, embora é inegável, neste poema e em muitos outros que atravessam a lírica tardia de Hölderlin, a utilização da parataxe – na qual "as frases subordinadas sempre seguem atrás das principais, às quais se referem imediatamente, com extrema raridade" [6] – como um recurso eficaz por meio do qual a função poética se faz presente, possibilitando, assim, esquivar-se diante da hierarquia lógica da linguagem, salvá-la do que é mais prosaico e, sobretudo, de seu uso regular. Na poética hölderliana, deparamo-nos com a inserção da linguagem no campo do aberto – "Assim, vem! Olhemos o aberto, / Procuremos um próprio, tão longe ele se encontra" [7] – que imprime ao poema a cesura, "a pura palavra" [8], a interrupção anti-rítmica:

 

No azul sereno floresce a torre da igreja

Com o teto de metal. Que

circula cantos de andorinha, que

circunda o azul mais tocante O sol

ergue-se lá bem do alto, colore o metal,

ao vento, porém silenciosa, altaneira,

soa a flâmula.

Se alguém

desce aquelas escadas entre sinos,

só pode ser uma vida de silêncio, pois

destacando-se a fisionomia, é

a imagem do homem que surge.

As janelas de onde tocam os sinos são

como portais para a beleza. Sim, pois os portais são ainda segundo a natureza,

semelhantes a árvores da floresta. Pureza,

no entanto, é também beleza.

Nesse meio, surge do diverso um espírito honesto. [9]

 

Poderíamos ainda acreditar que estamos diante de mais um poema neoclássico, no qual a imitação do mundo greco-latino, o locus amenus e a natureza idealizada se fazem presentes. Mas não se trata disso. Parece mesmo, como apostou certa vez Heidegger [10], que o caminho mais indicado para se ler Hölderlin é o do desvio. Se, inicialmente, o azul é sereno e mais tocante, se há cantos de andorinha, os sinos repicam e o sol se ergue e, mais adiante, as janelas se abrem como portais para a beleza, no entanto, a flâmula soa altaneira e silenciosa e aquele que, desce a escada, é uma vida de silêncio que porta. Sabemos que, além do silêncio, da solidão e de um certo "espírito honesto" que trazem o "estranho" para o corpo do poema, a parataxe, sem dúvida, rasura a paisagem que poderia ser harmônica e acaba por cunhar uma lírica anti-classicista, na qual o ritmo linear é quebrado e a sintaxe, subvertida: "o som", como apregoou certa vez o poeta, "fica melhor lá onde o idioma claudica." [11]

 

Que resta ao poeta senão construir a sua morada, onde a poesia seja a "paisagem absoluta da palavra?" Indubitavelmente, "a mais inocente das tarefas" é contagiada pelo "mais perigoso dos bens": a linguagem. Se "a essência da poesia deve ser concebida como a essência da linguagem" e se a linguagem é o mais perigoso dos bens, então, a poesia deve ser entendida como a ocupação mais perigosa em detrimento da mais inocente – olhar que implica um percurso enviesado e vislumbra o caminho para a linguagem. Nesse sentido, a imagem da "trança" utilizada por Heidegger é exemplar:

Uma trança comprime, estreita e dificulta no seu trançado a visão direta e transparente. Nomeado, porém, na formulação que aqui nos orienta, o trançado é também a coisa e a causa próprias da linguagem. Por isso, é mister não perder de vista esse trançado que parece tudo comprimir num emaranhado inextricável. (...) Quem sabe não existe no trançado um laço capaz de, num modo sempre muito estranho, desembaraçar a linguagem no que constitui o seu próprio? [12]

 

Ao obnubilar a visão transparente, a trança com seu "emaranhado inextricável" é "coisa e causa", "continente e conteúdo", "trama e urdidura" e, nesta tarefa, devemos procurar o laço capaz, ainda que de modo muito estranho, de "desembaraçar a linguagem no que constitui o seu próprio". O que implica tal desembaraçar? Implica nos colocarmos diante do vigor da linguagem e de sua rasgadura fundamental: risco, fenda, sulco ou tantos nomes quanto forem as linguagens. Nesta abertura misteriosa e plena de méritos, quem sabe, possamos topar, até mesmo, com aquilo que um dia se denominou de "poético", no "entreaberto e livre da linguagem".

No âmbito da poesia – "a mais condensada forma de expressão verbal" [13] – a reflexão acerca do fazer poético atravessa a obra de Hölderlin, não é por acaso que vários de seus poemas intitulem-se "Os poetas hipócritas", "Aos nossos grandes poetas", "Vocação do poeta", "Aos jovens poetas", "Coragem de poeta" e, que, de muitos poemas, tenha feito várias versões, fazendo questão de apostá-las logo abaixo dos títulos – preciosismo daquele que elegeu a poesia como a mais laboriosa das tarefas? Trabalho incessante de reescrita ou mesmo de uma certa escrita que talvez tenha levado Heidegger a dizer que "na poesia de Hölderlin experimentamos poeticamente o poema"?[14]

 

Para exprimir o ato do poeta, Hölderlin utiliza-se do verbo übertragen[15], transferir, assim, o poeta transfere, para as malhas de seu poema, a matéria estranha de sua poiesis, que resulta, muitas vezes, como assinalou em seu ensaio, "Observações sobre Édipo" [16], de um "cálculo poético" [17]. Para ele, a poesia deriva da mêkhane ou do cálculo, uma arte que usa meios bem determinados. Esse é, precisamente, o sentido de mêkhos, que, em grego, quer dizer meio, expediente. Para Hölderlin, a poesia é uma arte que pode ser ensinada e aprendida e, em alguns de seus ensaios, elaborou as regras do cálculo poético. Nessa perspectiva, a confiabilidade da obra não deriva do efeito que produz sobre o ouvinte, mas de seu modo de proceder, de sua Verfahrungsart [18], podendo, assim, fundar o que permanece: "e, no entanto, apenas os poetas criam / o que para sempre vai ficar." [19]

 

Se numa determinada época, Deus foi a medida de todas as coisas, "No azul sereno", ainda que o homem possa "medir-se sem infelicidade com o divino", é a poesia que será a medida, não só para o poeta, mas, sobretudo, para o homem, que habita e constrói sua morada a partir dela:

 

Deve um homem, no esforço mais sincero que a vida,

Levantar os olhos e dizer: assim

quero ser também? Sim. Enquanto perdurar junto ao coração

a amizade, Pura, o homem pode medir-se

sem infelicidade com o divino. É deus desconhecido?

Ele apareceu como céu? Acredito mais

que seja assim. É a medida dos homens.

Cheio de méritos, mas poeticamente

O homem habita esta terra. [20]

 

Como pode o homem e, não apenas o poeta, habitar poeticamente? Em que consiste a poiesis? Sabemos que a poiesis está ligada à essência do agir e à criação:

 

Antiga também é a poiesis (poíhsiz ) do grego: criação, ação, fabricação, confecção. O primeiro sentido do verbo poiew (poiéo) é fazer, fabricar, executar – presente na Ilíada, ao se edificar uma casa para cada um dos deuses, ou ainda ao se construir um muro; e, na Odisséia, serve para fabricar uma estátua. Seu segundo sentido é criar, produzir. Fabricar e condensar. Retomando o termo borgiano "fazedor": com júbilo, esperança e curiosidade, o poético é um lugar de laboriosa concentração. [21]

 

Nos versos de Hölderlin, chama-nos atenção que o homem habite poeticamente "esta terra". O apelo que se faz consiste em trazer a poesia para o campo terreno e não sobre ele elevar-se. A poesia está no meio dos homens e, para que possamos escutá-la em sua plenitude, "para ouvir com inteireza as palavras '... poeticamente o homem habita ...' é preciso devolvê-las cuidadosamente para o poema." [22] Assim o poeta dita, assim escutamos:

 

Além de Poesie, a língua alemã dispõe da palavra Dichtung para dizer poesia. Trata-se, na verdade, de uma palavra transliterada do verbo latino dictare. Para não usar os verbos poetar, poetizar, e, assim, evitar as conotações de inventar e fantasiar, optou-se por devolver o verbo alemão 'dichten' para a sua forma latina original e traduzi-lo por 'ditar poeticamente' (...). [23]

 

 

Ditar poeticamente implica tomar uma medida. "No azul sereno...." parece que a medida se encontra entre a terra e o céu e, nesse percurso, verticalidade ou vertigem de subir ao céu e descer a terra, o homem, ao levantar os olhos, quer diante de Deus ou apenas do azul e da imensidão do céu, acaba por detonar a alavanca que dita o poético. Se não há sobre a terra nenhuma medida, parece que é a poesia que pretende realizá-la. A poesia consiste, portanto, nesta tomada de medida, "medida privilegiada" [24], como sabemos. No diálogo poético que a natureza estabelece com o homem, esta acaba, de certa forma, por imprimir um jogo de correspondências com a dor humana, que, gradativamente, ao longo do poema, vai-se entoando, ora num lamento mais explícito, ora mais discreto:

 

Mais puro, porém,

 

do que a sombra da noite com as estrelas

se assim posso dizer, é

o homem esse que se chama imagem do divino.

Existe sobre a terra uma medida? Não há

nenhuma. (...) [25]

 

Talvez só mesmo como um cometa, veloz e fulgurante, o homem pudesse encontrar sua medida, seu abrigo no ser desabrigado que é:

 

Queria ser um cometa? Acredito que sim. Cometas

têm a velocidade dos pássaros, florescem ao fogo

e na pureza são como crianças. A natureza humana

não saberia encontrar nada maior para desejar.

A alegria virtuosa também merece ser louvada

Pelo espírito honesto que sopra

Entre os três pilares do jardim.

Uma virgem bela deve adornar a pele

Com flores de Mirta, simplesmente por

ser segundo a essência e o sentimento dessas flores.

Mirta, porém, se encontra na Grécia. [26]

 

Quem sabe a Grécia – não aquela em que se encontram as grandes histórias da humanidade, a mitologia, a beleza paradisíaca e nostálgica ou como a cultura que deva ser imitada – mas, sim, a que provoca o estranhamento e a ruptura, possa, por isso mesmo, trazer no antigo o bojo da modernidade. Curioso paradoxo que diz da ausência e do vazio que sopram de um "espírito honesto" ou da mais autêntica poesia. Curiosamente, Hölderlin, que, por três vezes sucessivas, tentou escrever uma tragédia moderna, tendo, inclusive, a sua obra – que "representa a vontade de irromper, pela morte, no mundo dos invisíveis" [27] –, A morte de Empédocles, permanecido inacabada, tornou-se um estudioso e tradutor das tragédias de Sófocles. Traduziu aquela que é considerada a mais grega das tragédias, Antígona, e a que é vista como a mais ocidental de todas, Édipo-Rei, e acabou por cunhar uma poética, que tem no "trágico"  uma de suas maiores envergaduras.

 

Se em Édipo em Colono [28], amparado e conduzido por suas filhas, Antígona e Ismênia, Édipo percorre seu caminho, errante e cego, "No azul sereno", "um olho a mais" talvez tenha Édipo... Só tendo "um olho a mais" para fugir da ira divina, do tormento humano e escapar da dor e, sobretudo, do sofrimento que não se descreve, não se diz e não se exprime. Sabemos que em alemão há um outro termo para designar Tragédia, Trauerspiel [29], "espetáculo do luto", e "é por isso que o teatro encena algo assim". Incômoda, insistente e constante invisibilidade, que se arrasta, como riachos, rumo a Àsia:

 

Quando alguém olha o espelho, um homem, e

vê ali como que refletida a sua imagem, igualando-se

ao homem, a imagem do homem tem olhos, ao contrário

da luz da lua. Édipo-Rei tem

um olho a mais, talvez. Os sofrimentos desse

homem aparecem indescritíveis,

indizíveis, inexprimíveis. E é por isso

que o teatro encena algo assim. Mas comigo

o que acontece, lembro-me agora de ti?

Como riachos o fim de algo me arrasta

Rumo ao que se prolonga como Ásia. Naturalmente

Esse sofrimento é o de Édipo. Naturalmente é por isso.

 

Trágico é o sofrimento de Édipo: Trágica é a existência humana, errante ou sedentária, olhando-se no espelho ou em direção à lua, lutando com Deus, dividindo a imortalidade, cobiçando a vida, ora em seu excesso transbordante, ora na sua falta abissal, em contemplação ou a trabalho. Tomando o "trágico" não como incompletude que deva ser preenchida, mas como o que irremediavelmente transborda do ser, quem sabe, possamos tangenciar o que tenha sido a dor de Édipo. Talvez, só mesmo por meio do paradoxo, da curiosa e simultânea junção dos opostos, possamos vislumbrar aquilo que se denominou de trágico ou, até mesmo, de poético, em sua estranheza e radicalidade:

Os sofrimentos que Édipo suportou aparecem como

O lamento de um pobre a quem falta algo.

Filho de Laio, estranha pobreza da Grécia!

Vida é morte, e morte é também uma vida. [30]

 

Como o velho filósofo, indagamos: "e para que poetas?" E retomamos a incômoda pergunta: "para que poetas em tempos de indigência?" Para no azul sereno soar a flâmula, continuar a peregrinação e, quem sabe, errar de terra em terra e ainda poder "escutar no desaparecimento, no abandono, na penúria? Esse é o canto trágico e heróico do poeta nos tempos de penúria, o acolhimento no mundo do aceno dos deuses. É como aceno que os deuses falam, porque na ausência também estão presentes." [31] Poiesis: fabricar, produzir, confeccionar. [32] Restos de sons e de letras que bordejam o indizível, o incapturável, o ponto cego, indecifrável, o umbigo do sonho. Garatujas que fazem a leitura de um poema não ser retilínea, mas, sim, enviesada:

 

A experiência poética é irredutível à palavra, e no entanto, somente a palavra a expressa, como um recurso desesperado contra o silêncio que nos invade cada vez que tentamos expressar a terrível experiência do que nos rodeia e de nós mesmos. O poema é linguagem em tensão: em extremo de ser e em ser até o extremo, mostrando o reverso das palavras: o silêncio e a não significação. Descobrimos semelhanças, aproximamos realidades contrárias ou produzimos uma 'nova realidade'. A linguagem diz o que parecia escapar à natureza. O dizer poético diz o indizível. (...) A poesia é incomunicável. Não há decifração. (...) O sujeito continua seu destino trágico, no precário e soberano mundo da palavra. Ensinam-lhe os poetas o que sabem e o que ele já sabe, sem saber: que o mundo é ilegível, que não há livro. [33]

 

Ilegibilidade, não decifração, enigma, está, pois, lançado o poema ao impossível. Ao impossível do verbo. Ao impossível do verso.

 

Referências bibliográficas
 

ADORNO, Theodor W. Parataxis – a lírica tardia de Hölderlin. In: __. Notas de literatura. Trad. Celeste Aída Galeão e Idalina Azevedo da Silva. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1973. pp. 73-122. (Coleção biblioteca tempo universitário, n.36)

 

AGAMBEN, Giorgio. Stanze. Trad. Yves Hersant. Paris: Cristian Bourgois Éditeur, 1998.

 

BLANCHOT, Maurice. O itinerário de Hölderlin. In: __. O espaço literário. Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Rocco, 1987. pp. 270-8.

 

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DASTUR, Françoise. Hölderlin, tragédia e modernidade. In: HÖLDERLIN, Friedrich. Reflexões. Trad. Márcia de Sá Cavalcante e Antônio Abranches. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994. pp. 145-214.

 

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POUND, Erza. Abc da literatura. Trad. Augusto de Campos e José Paulo Paes. São Paulo: Cultrix, [s.d.].

 

SALIBA, Ana Maria Portugal Maia. O vidro da palavra: o estranho como objeto-limite entre a literatura e a psicanálise. Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG/ Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários, 2003. (Tese de doutorado)

 

_______. Inconsciente e poesia: fome de realidade – aproximações à poética de Octavio Paz. In:

 

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Notas

[1] Cf. LLANSOL [s.d.].

[2] Cf. HÖLDERLIN. Disponível em: <http//www.hoederlin–gesellschaft.de/spain/hoelder–s HTML>.

[3] HÖLDERLIN, 1991. p. 114.

[4] HÖLDERLIN, 1973. p. 111.

[5] HÖLDERLIN, 2002. pp. 254-9.

[6] ADORNO, 1973. p. 105.

[7] HÖLDERLIN apud ADORNO, 1973. p. 118.

[8] HÖLDERLIN, 1994. p. 94.

[9] HÖLDERLIN. In: HEIDEGGER, 2002. p. 255.

[10] HEIDEGGER, 1983.

[11] POUND [s.d.]. p. 52.

[12] HEIDEGGER, 2002. pp. 192-3.

[13] POUND, [s.d.].

Em Abc da literatura, Erza Pound formula a equação Dichten= condensare e diz: "Começo com a poesia porque é a mais condensada forma de expressão verbal. Basil Bunting ao folhear um dicionário alemão-italiano, descobriu que a idéia de poesia como concentração é quase tão velha como a língua germânica. 'Dichten' é o verbo alemão correspondente ao substantivo 'Dichtung', que significa 'poesia' e o lexicógrafo traduziu-o pelo verbo italiano que significa 'condensar.' " p. 40.

[14] HEIDEGGER, 1983. pp. 193-203.

[15] DASTUR, 1994. p. 171.

[16] HÖLDERLIN, 1994. pp. 93-100.

[17] DASTUR, 1994. p. 189.

[18] Ibidem, p. 189.

[19] HÖLDERLIN, 1994. p. 143.

[20] HÖLDERLIN. In: HEIDEGGER, 2002. pp. 255-7.

[21] SALIBA, 2003. p. 75.

[22] HEIDEGGER, 2002. pp. 66-7.

[23] Ibidem, pp. 170-1.

[24] Ibidem, p. 175.

[25] HÖLDERLIN. In: HEIDEGGER, 2002. p. 257.

[26] Ibidem, 2002. p. 257.

[27] BLANCHOT, 1987. p. 270.

[28] SÒFOCLES, 1996.

[29] DASTUR, 1994. p. 187.

[30] HÖLDERLIN. In: HEIDEGGER, 2002. p. 259.

[31] CAVALCANTE, 1994. p. 14.

[32] SALIBA, 1999. p. 88.

[33] Ibidem, 1999. pp. 87-9.

 

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Vênus Brasileira Couy é doutora em Teoria da Literatura (UFRJ). Ensaísta e poeta, publicou, entre outros livros, Do amor mais abrigado do vento (Rio de Janeiro: Edições Magnólia, 2007), Mural dos nomes impróprios: ensaio sobre grafito de banheiro (Rio de Janeiro: 7 Letras, 2005) e Inverno de baunilha (Rio de Janeiro: 7 Letras, 2004). E-mail: venusbrasileira@uol.com.br.

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