ZUNÁI - Revista de poesia & debates

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POETA DE PONTA E PENSADOR BRASILEIRO




Guilherme Mansur

 

Décio Pignatari foi um amigo e mestre, poeta de ponta e pensador brasileiro. Aprendi muito com ele, como as técnicas de poesia no seu livro “Comunicação poética”, um presente da maravilhosa poeta Maria do Carmo Ferreira, também amiga e admirada pelo Décio. Lembro-me que nos anos 1980 li na sua coluna no jornal “Folha de São Paulo” um comentário breve e seco, mas a favor, sobre a revista-saco “Poesia Livre” que eu havia inventado nos anos 1970. Anos depois, como paginador de jornal, tive a honra de compor um poema seu dedicado ao escultor Stockinger, e duas de suas traduções de haicaístas japoneses, no “Suplemento Literário de Minas Gerais”, então editado pelo Carlos Ávila. Em 1996, durante o Festival de Inverno de Ouro Preto, projetamos a ideia de um cartão-poema que seria uma trilogia: “Manhã, Tarde, Noite”. Publicamos o “Manhã” e nem “Tarde”, nem “Noite” aconteceram. No mês de maio de 2003, Décio colaborou com um texto crítico sobre poesia no tablóide “Amílcar”, que eu tinha criado para o Museu da Pampulha e que não passou do primeiro número. Já no inverno de 2009, fiz-lhe uma visita numa noite gelada de domingo em Curitiba. Deixei aquele moderno apartamento de paredes móveis, em frente ao Parque do Papa, com o seu último livro, “Bili com limão verde na mão”. 

 

Vi Décio pela última vez em 2010, quando participava do Fórum das Letras em Ouro Preto. Na ocasião, jantamos no restaurante Piacere, na companhia do poeta Frederico Barbosa. Décio não se lembrava da minha visita um ano antes, sinal de que a sua memória recente estava comprometida, mas nos contou, com riqueza de detalhes, divertidas passagens ( retratos do poeta quando jovem ) na Paris dos anos 1950.

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