ZUNÁI - Revista de poesia & debates

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ANELITO DE OLIVEIRA

 

 

 

 

TRAÇOS

 

1.

 

Escrevo porque sofro,

Todos os sopros – a

Partir de lá, aqui,

Onde desabo – corpo

 

2.

 

Se houvesse o absoluta-

Mente absoluto, tudo

Estaria seguro numa

Única mão – sem dedos

 

3.

 

Falar em meio, falar

No meio das coisas,

Sem palavras, com as

Coisas, o inaudível

 

4.

 

O que estranha-me é

Que não haja entranha,

Que a superfície seja

A face toda no rosto

 

5.

 

Quando tiver tempo,

Chegarei a tempo de

Encontrar o que não

Me agrada, quando

 

 

*

 

Anelito de Oliveira (Brasil, 1970), rompendo com quase uma década de silêncio livresco, acaba de lançar Transtorno, Mais que o fogo e A ocorrência – primeiros volumes da série Acontecimentos Criativos, projeto editorial da Orobó Edições que reunirá toda a sua poesia. Estreou com Lama, em 2000, e, em 2004, publicou Três festas A love song as Monk. Criou e editou o jornal Não (1994/95) e a revista Orobó (1997/1999) e dirigiu o Suplemento Literário de Minas Gerais (1999/2003). Estes poemas são inéditos. Contatos: anelitodeoliveira.blogspot.com | anelitodeoliveira@gmail.com | facebook/anelitodeolivei.

*

 

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