7 inquietações
Eram as saias que pesavam dos alhos
dos olhos?
retiradas por dedos experientes
lambuzados de cortes e castos desejos
intactos?
arrancadas cadas cadas
as cascas frágeis das peles puídas
do tempo que não vai
deitar os cascos por dentro
dos colos?
descolados
tramando
incólumes invólucros
todos os upas vestidos com a sacra
pálpebra da ferida que enxerga além
aquém?
há quem sangre por despir-se
aos ventos que não mastigam tais vestes
prateadas
há facas de ponta sobre uma taquara
que mesmo inertes cortam certezas
relativas?
há jorros de loucuras cruas todas
todinhas
picadinhas em cubos quase idênticos
para a contensão dos anseios
inseparáveis
incompatíveis?
se tudo o que vejo está em mim
como separar-me dos outros?
como deslocar-se
se
se
trata de uma cola outra, anterior
quente quente
verte mas não cai para fora do relógio
pulsante de todas as catacreses
soadas no dorso da língua
terreno inabitável dos hábitos
entreabertos ao sol lancinante
que lambe encruzilhadas
— onde vcs moram?
— num cílio.
certo miado
você me "ar"de a alma
que arranha o perolado
segredo costurado no véu
do olvido
e eu mio no vão latejante
que forja ouvir seu desejo
sem vidro
amoreverso
polaridades nas línguas indecisas/ polaroides em gravidezes negativas/ ampolas de translúcidas fissuras/ costelas frias flutuantes // para a armadilha do dia/ abotoadas no relâmpago do dizer/ douraduras afrouxadas pela fivela/ vestida daquela mania distraída// para quarar peitos aquarelas/ pincéis aos dedos sem anéis/ por fora dos fios da neblina/ purpurina deslizada na carcaça amolecida// que se assanha mata mina/ véspera do ocaso estremecendo manhãs/ entre os dentes quebrando avelãs/ talismã de desencanto e pranto |