àquela que me atinge tigre
eu quero - só de dentes - amarmadilhas
e como ela derreia na relva
cobre do Cobre os olhos cobre com o braço sobre
que o ar queima e quer mais queimar,
amordaço, brônquios e sonhos, um sentimento míssil.
O
AMOR EM DOBRAS
no espaço a que nós dois nos damos
as mãos que o espanto desperta um corredor
em dobras a dar-se a si seus contornos de dedos o elidir
de sua forma a sua mais prevista como se concha
a fechar-se à pérola que lhe cabe em linhas-lâminas a
eliminar-se as frestas de suas próprias dobras
EVOÉ!
Ela
deitada
dilatando
marfim sobre a crina negra
de um cavalo
sua escancarada anca
âncora de suor
o lençol
após galopar
um campo
de algodão
CABÍRIA
a
noite sarra a barra de tua saia
a vida são sempre mambos & mambos pra putas & putas
(menos tu)
e
se fosse pra sofrer, deixa a gueixa
andar pierrô
MUNDO ESTRANHO
Para Frederico Barbosa
para a alma e para o corpo
posto
como as as as de um corvo
nunca mas
HOMELESS
meu ninho. o teci-
do d'avenida Epitácio. fi-
o de pára-choques.
paralele-
pí-
pedos. pedaços de
papel e placas.
O
OFÍCIO DA FÉ
A
Dom Aldo Pagotto
No adro do mosteiro de São Bento
Três freiras discutiam sobre o vento:
Uma lançou as mãos - nelas um lenço;
Outra cambaleou os cabelos prensos;
E a última, parando, peidou dizendo:
Salvai-nos do infenso.