DANILO BUENO
poesia
– língua natural
vivas
para esse envelhecimento. exceto os ponteiros, cada
coisa, sós, sem espera. frutas – podres
ou não – bocas, em todos lugares, cheirando.
tudo ainda harmônico como uma escala. turbilhão
também pode não ser percebido. fechado
e aberto, uma cruz onde ninguém deitará.
todas cores misturadas deram nisso, levando-se pelos
cafés e filas, levando-se estrangeiro ao lugar
nenhum do livro, desenterrado com as mãos da
garoa e da chuva, uma sensibilidade maior ao frio,
passo em falso irrepetível para a palavra, velha
vilã, os novos tempos deixados |
persiana
barracos equilibram-se,
fábrica, depois.
desarticulados, varais.
ninguém bate bola
na terra (o belo,
o belo
esgarça-se entre nuvens)
antecipa uma coluna um
caminhão, detalhes
que a luz obsessiva,
fios linhas plásticos
de papagaios encenam
a direção
do vento. estar fora. o asfalto
a forma de. o olho, não a visão.
o horizonte, este muro.
video
deixada ali entre os cheiros
[trocados
dos lençóis
a luz de frestas
e ruídos de casa
braços e pernas qual um títere dormido
ex-corpo
uno do encontro
poros boca respiração contornos
a madrugada
outra pálpebra
convulsa em
solitude
e carmim
*
Danilo Rodrigues Bueno nasceu em Mauá
(SP), onde reside. Publicou os livros de poesia Fotografias
(Alpharrabio Edições, 2001) e Crivo
(Alpharrabio Edições e Fundo de Cultura do Município
de Mauá, 2004).
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