PRÉVIA CANÇÃO
DESCARNADA
rosto lido por mãos
, sob camadas
a tessitura do osso
percorrida
____________ por falanges
também ossos
eu -
: a própria face no tato :
canyon às costas do olho, fissuras -
arquitetura
irrespondida
- apenas, por mãos
visitar a
caveira -
( pré-escavação
( do zero
( moldado em cálcio
( após muitas ( bocas
( subterrâneas
al dente - à
vista do Anjo Augusto:
anéis invertebrados
tecendo-me
xilogravura
BESTIÁRIO
os cães
da minha rua
renunciaram
milícias
não guardam
não
beliscam mais
a madrugada
com ruídos
revirados
SESSÃO DA TARDE
ela
rompendo o pão
sem perícia
dedos,
tímido
batuque
à mesa -
17:30, rádio, pilha
pudesse
pequeneza
dizer,
ambos
lábios -
calar-se
ilha
PARTITURA
................a
palavra ave
................voa no papel
................Horácio
Dídimo
escrevo um pássaro
inerte e à espreita, ainda cárcere sob
o lápis (ave sem arremesso) - até que
súbito, o ímpeto vertical: traçada, in-
cha a figura, a despregar letras e nexo
(enquanto a página (pianíssima) aceita
o recém-ruído:
perpectiva de asa
(ex-idéia)
ascende
- ruflar alheio
e
intransitivo
...
fátuo
sempre
risco