ZUNÁI - Revista de poesia & debates

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DINIZ GONÇALVES JÚNIOR

 

 

MÁQUINA DO MITO
 

Perséfone semeia panorama de romãs
Do cultivo o hálito cor de amora
Expelindo , madurando
Outro início de estação

* * *

O vento canta árias que ecoam
anagramas

Máscaras de mágicos caem
nos parques chineses

 

* * *

No filme de Win Wenders os peixes moram no deserto
As bandeiras estão sempre escondidas no porão
As cores desbotam em velhas máquinas de lavar
A vida é  um fio trapezista na fronteira do Texas
As mulheres usam jeans com remendos amarelos
Os anjos de gesso não são esculpidos por Aleijadinho
Os aquários estão  cheios de areia
Os camaleões vestem  sempre a mesma pele

GASTON BACHELARD


No espelho de Psiquê
Floração de águas-vivas
Palavra que queima , ciência
Em estado de alma  

Resta
Dedicar-me aos aquários
Deslindar a transparência perdida
Vitrais desbotados da impossibilidade
Musgo dos dias que passam


EDIFÍCIO PARQUE VERDE MAR


Desenho matizado em cores fortes
Ligação entre espaços amplos , do portal aos jardins de paisagens
No teto , carrosséis , figuras geométricas
Giracéu salpicado de horizontes

 

*

   

Diniz Gonçalves Júnior publicou poemas em sites, jornais e revistas de literatura, como Suplemento Literário de Minas Gerais, O Casulo, Artéria 7, Artéria 8 (www.arteria8.net), Sígnica e Nóisgrande. Participou  da exposição internacional Cinquième Biennale Internationale de la Photographie et des Arts visuels de Liège (Bélgica), núcleo de Net art/Web art, através do site Artéria 8. E-mail do autor: dinizjunior71@yahoo.com.br

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