ELSON
FRÓES
Caro
seja meu canto,
o
que desejo é flama
que
arde neste ar.
O
que desejo arde
em
flama neste ar
de
canto sem encanto.
Se
o pensar se evola,
seja
volátil este ar
de
amar em flamas.
Seja
volátil amar
neste
ar em flamas
que
o coração labora.
Canto
de amor agora
se
já evola em flamas
o
que desejo neste ar.
Seja
volátil o desejo
em
flamas neste ar
de
acender o que adora.
CLARO
ESCURO
Na
ausência de luz
encapsular
o senso
crepuscular
indelével
clarividência
jogo
de
logos deslocar
a
um deslugar asas
Jogo
de ausências
crepúsculo
de logos
deslugar
da memória
onde
voe o poema
é
o senso de luz
*
* *
Labareda
náusea feixe
de
equívocos a queimar
danação
a brisa abrasa
este
mal que barbariza
uma
festa de ardor
farpas
cravadas dentro
peixe
esquivo em nada
esta
dor que me arpoa
malabarizo
nas entranhas
PÉROLA,
LUZ, ILUMINADA
a
Lucia Boni
nenhuma
mais que o ouro
dourada ou
que ao sol
ensolarada
em si reluz
clara mais
que a lua que
resplende
enluarada ou
que a alva
madrugada
em
sua prata acenda
prateada
argêntea que
em
teu lume espelhe
iluminada
e as
douradas
ondas
como se onduladas
águas
de
teus cabelos louros
se faz o
ouro em volutas
que
se revolve ao vento
ouro revolto
em movimento
e
no coração como concha
traz uma
pequena pérola
incrustada
luz que refulge
no fundo
da escuridão
pérola,
luz, iluminada
TEORAMA
Não
prova mas convence
esta sede
de miragem
voragem
de se deixar
saber o nada
ao
calar
o pensar
Não prova mas sabe
esta
vitória de se
deixar devorar
no
desejo
esta pele
envolta em
nada
Prova
o não e aceita
regra nenhuma
nesta
prova vale
tudo que
se perde
perdura
o sentido
Sombra dando voltas
e
voltas reprova
a forma absoluta
luz
à vista esconde
esconde
assim amor
*
Elson Fróes nasceu em São Paulo (SP),
em 1963. Publicou os e-books Poemas Galegos e Poemas Traduzidos
em 2000. É editor e webmaster do site Popbox. Seu trabalho
está voltado para a pesquisa em semiótica visual
e webdesign. Participou de exposições de poesia
visual no Brasil e no exterior.
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