CONTAR SEGREDOS
Contar um dia ser grego
contar segregos infinitos
um por um, viver do rego
em chuva de meteoritos
A gregória vem sem glória
nesta quinta categoria
contar segredos ou contar a história
fica-se nesta alegoria
Ser grego quem conta sem medo?
Conta em que canto a saia curta?
Consta que santo perdeu e cedo
segreda ao poente a fruta
Crer segredos
impôr degredos
construir segregos
comungar de gregos
desencontrar medos
desapontar dedos
erguer congregos
contar cem gregos.
ARCO
Arcou-se.
Do arco saiu a medalha
da medalha
saiu o vinho
que vitimou centenas
sem telhas
no ar…
E a coroa
sepultou a rainha.
AQUELE QUE FOI
Aquele que foi
o teu retrato
de ti resta um pouco.
Um pouco que se abre
na frescura do teu sentimento
aboles-te com secura
a lança atira
e atiça
no meio dos bosques
mas não alcança
porque não pode
apagar a ânsia
que move e rói
a roda que gira
o compasso da vida.
AFOGA-TE EM MINHAS ÁGUAS
Afoga-te em minhas águas
o fogo que trazes em ti
banhando expulsas as mágoas
sabes bem que nem te menti
A força empurra as tranhas
que o foco disfarçado engana
mas quem sabe todas as manhas
vê sem precisar ter calma
mas o afago não afoga o fogo
água ardente o combustou
Raios faúlhas fazem o jogo
Que até hoje não terminou…
ABUTRES ACÚSTICOS
Abutres acústicos se abnegam
Com as silas tones que se apagam
Na contrariedade dos conformes
Túsias armadas como a que tivemos
Albergar a bengala que lateja
Com os silos abstentos acetílicos
Não sabem mais ao que o cume ortiga
Vivem bem com o perfume dos gentílicos.
Comem e correm na patuscada
A alegria de querer ou não ceder
Com os reptícios da luz armada
Luza zula como quem deve temer
Ao longe vê-se o romper da aurora
Vista de cima da ponta da cripta
Com a pressa de quem demora
Levanta o dom galo a sua crista. |