ZUNÁI - Revista de poesia & debates

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 GABRIEL BECKMAN

 

 

CARTA AO OCEANO

news from newhere

alice não mora mais aqui
adeus viélimir dos ilumínios
trilhas travadas para trakl
souzândrade em wall street

ezra
descansa em paz com tuas guerras
tudo perdoado
sim
o vento: paradiso

sopro no rosto de cosmópolis histéricas
corpos cadentes
da árvore-treva

 

BARTHES POR BECKMAN

sexo grana tudo
(ele dizia) faz sentido
ruas rostos noites
incidentes
(tudo o que cai como uma folha)
este bife com batatas fritas
faz sentido

sentido faz sentido
mesmo (ou sobretudo) quando falta
faz (e como faz) sentido
dizia ele - à margem
das margens do sena
e (por que não?) do
sens

e bashô-batata frita:
- stop making sense
silêncio faz sentido

 

AMADOR

aloprem agora
amores amoras
com a
ars amatoris
do cabeçudo
caído de cúpido
amador mudado
na coisa mamada

esfola o macrocéfalo
no après-midi das 13&30
o solo para sexofaune
bronha pela distinta

se picada por cupido
a citada se toca
com o toque do picudo
e com a mais tocada
do mais cotado
nas covas e tocas da europa

curva a espinha
linhagem nem-um-dia-sem-uma-linha
e o estúpido aplica
uns cut-ups legais
que liberam a coitada
daquelas auráticas
aletas caudais

 

*

Gabriel Beckman é pseudônimo de Jair Santana Moraes, paraense-brasiliense, consultor editorial. Inéditos: O pulo no plus e Para ler em trânsito, do qual foram extraídos os poemas aqui publicados.

*

 

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