um cerimonial para ian curtis
hoje
a avenida perfilada de idades
& cidadãos aborrecidos
enfastiando londres new york são petersburgo rio de janeiro
com o mesmo ácido xarope
o vício na execução
semicolcheia
monótona & quebradiça
(um acidente)
ontem
ian curtis & seus sobrenomes desilusão desaventura desamor
desisolation & dor nos pés
losting control losting a cigarra pelos dedos
as misérias da criação
do day in day out
pegando pela mão do berçário
à corda
(novos palcos
novos tristes
caindo dos elevadores
o suco de gosma
especiaria epiléptica)
ian curtis & sua dança de mil sucuris convulsivas
vísceras pra fora
metralhadoras de silêncios
aqueles versos bêbados
a graça do
poema tra
çado
na própria garganta
ei-lo no mundo que lhe trouxeram
& o resultado das putas banais
& filmes alemães
& nazistas encaroçados
& as jornalistas saturnianas
& dias P&B
& a hipnose
( um
ácido
dente
boca de urros
bardo de vinte anos
plath com colhões )
*
por enquanto
nome sem corpo
morcego filósofo
artesanato da lamúria
gafanhoto-pantera
rei kafka das colônias
breu inescrutável
profeta do próprio fim
ídoloidentidade
pharaoh punk
colcheia de retalhos
cripta secreta
:
no dia de renascer
então
sim
ian curtis
contorcionismos
a infelicidade
/contorcionismo
teseu
procurando
o minotauro
em seu labirinto
porque
estava se sentindo muito só
borges
procurando
borges
em seu labirinto
porque
estava se sentindo muito só
a criança suicida
enfiando o indicador
(na tomada)
eu
enfiando meu poema
(no vão)
talvez esteja
à procura de algo
à procura de algo que
não fuja de
ti
mim
Si
(desverter)
n u v s n e
n o s a t c o o m
p i o n a e d
l à b s o i
s o h l a t e r c o o m
r a s g s o d a
s l o
p r i o ã s l a g a a x i t r -
c a l i f o o n a i n r a s o l i
e s p s o h l e e d j o o g u e m
r e f o x e l e n q o t n a u e t é o e r
after the falls
a gota
simétrica
fedida
fundida
no suor
grito
o sopro
soprano
do ogro
disforme
chuva
nua
marulho
maremoto
movendo
tsunamis
pretas e brancas
labor
dissabor
de
sabor
ácido
tua
recompensa
pós-sacrifício
eu e o chão
convulso amor astênico do alto do prédio gri-t-dando-se jogar todos os epilépticos com o quádruplo do peso esmagar todas as cabeças como o elefante-formiga colônias dessas folgadas drogadas progressivo embriagado progressiva invasão pelo inverso do universo onde as formigas imperam reinos gigantescos jupiterianos ativa lascívia do abuso gritando-gritando-gritando por punhado de terranova punhado de aquarius e negócios e cartas executivas imateriais presas na caixa de correio arquivadas cabeças decepadas os funcionários mais incompetentes/não-influentes autofágicos antropofágicos altruístas devoradores de berços desses meandros ninguém fala antropo-fagia sociedade vermelha comer primeiro último passo dos vários passos viajando ao cu xarope de fezes defecar-se se entrar no próprio umbigo a cabeça feita conquista absoluta e normal e louvável sorte nessa morte princípio e fim da merda ama-durece o vivermorrer sem interesse sem esse cadê a corda o comprimido a espingarda no peito abafado ou optar pela antropofagia desvelada do papel de carta rebelde brado de rimbaud na frança moralista rebelde viagem psicodélica de burroughs na américa moralista rebelde experimentação leminskiana no brasil amoral moralista morram detratores do grito morram silenciadores silenciados silêncios fatos estúpidos frágeis escritos por algdois babacas no pior dia de suas vidas com ódio da canção ódio do conde de lautreámont alternando entre o piano e o papel-piano e papel piano e papel vamos lá: alegria profana do pagão tão contagiante cadê ulisses? ulisses tira essa porra do ouvido e te entrega às amaldiçoadas de deméter te entrega a esses peixes-homens que te devoram as vísceras medíocre amorvorador balão dos sonhos sem subtexto erótico-(herótico) ent-end-idos seus desinteresses enquanto tua alma alta engulo qual pai devorador de filhos o mitológico titã se erguendo lançando maldição sobre édipo quase tudo é maldição e amaldiçoo o misticismo rouba todas as almas assim como o gigante ciclope olho sarrabolho azulado sectura o corpo do mundo em fúria recrudescente o suserano filho de gaia suplantando toda antiga criação herético e mal-agradecido bufão (uivando qual hipster sem caráter sem-teto sem-pudor sem-razão sem-vergonha sem-ventura sem-sal) morte-lembrança sacrifício oferenda aos deuses delivery à sociedade devassa e desesperançada do le spleen de paris entrego à distopia de lang e harbou o monolito do homem proderelicto que nem homem possui a carne a pele o plástico que envolveu revolveu as entranhas estragadas desde o primeiro dia morto-vivo esperança rasgada o futuro futuramente provável até o morri e morri e morri e vivi morrendo morto-vivo esquecido sobre o teto do prédio maiúsculo ciclope perdido visionário ignorado epiléptico doente e fodido e nada a perder que se joga convulso lá do alto para morrer nas rachaduras do solo e achar no minuto cinza que foi além das formigas civilizadas e indiferentes.
sonata
cravo
de areia
ssserpente
fônica
veia
da
colcheia
odor
de novo
odor
de ouvido
uma
canção
do fígado:
armação
vermelha
de sonatas
velho-
céu escuro
atrás do muro
detrás do urro
a tônica
paixão
fantasiada
de
cage
a dor dos imunes
reencenando um procurado nu
numa pintura sem tela
ovo fora da galinha
sangue rápido
saído
do
cu
traspassando o olho
de mão em mão
no chinelo sem pé dentro do corpo
vida que sai fora pra fora
da morte que vive
na vida mortal da morte viva
que vive-morre na espreita da vida
que morre vivendo a cada dia
a cada retrospectiva morta
expectativa
falsa
do vivo
video-tape
fitas rasgadas
os dentes encarquilhados
da novidade – VIVA! -
o sabor da arranhadura no espelho
ainda posso
poderei
cresCER
virar de repente
grande
pedra
perda
do
sentido – carne
ruborizada do rosto – sangue
de dor
viva
cinza
crescendO
cresceNDO
as coisas começam do meio
pra dentro
do fim
sou Lord agora – criador do branco e do gráfico
da madeira e da pauta
criador do fracasso e do impossível
criador de ti e mim
criador da dor que cria a dor
que vive e aprende a ser e sou
tu-eu-em-mim-ti-ré-mi
dó de quem dói até sem dor
de mim, de eu
que sou Eu, Lord, Dor,
sem dó
nem tu
nem ele
eu só
e lá
a janela dá para o universo
se você quer saber, saiba:
[o leão contaminado pela doença da miniatura vociferando inumeráveis [123456...]
uRRRRRos boca-suja -S@$%@@**&- contr a dita
dura e contr
a a
liber
ação sexual
sim, meus cida
dãos (cedo?):
a diretora do colégio
dançava antes de mim:
o repórter reputava "I DO NOT KNOW IDEOGRAMAS, COMPAÑEROS!" e se fodeu (entrou no cano - na privada - pelo ralo) também
.
no palco a atriz apontou e chamou para
o número de mágica 2.0 enquanto caveiras juízes & senhorios cobravam a melhor bicicleta
.
quantas
vezes
escreveram poemas-bicicletas pra pedalar nas
estradas do verbo
até o atropelamento.
RODAS
que
escapam n
a cabeça da entrevistadora aspirante OR
no cantor que escolhe billie como inspiração –
vai se fuder
vai se foder
go c fudê
vai se puder
vai ser poder
o que você quer de mim (!??!)
meus amores de plástico? – pegue-os
o 2 + 2 = 5?anda, pega sem medo
só não me roube a
engrenagem microcósmica: (o remédio tarja preta & branca:): (espaços que narram algo]: |