às faces da dialética:
este sou eu
flertei com o espelho
quero a alma da tua escrita
cantou o raio de luz refletido
inerte é o meu
desejo de te encontrar
identidade minha
do ser ou parecer
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hai-cai da libertação
semi-cerro pálpebras
minhas para o sol queimar
um pouco da vida
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sem título
de todo o escuro
sinto des-mundo
imundo preto
desnudo e mudo:
ócio fecundo
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nudez
minha história fica lá fora diz o pensamento
na rua avenida praça maresia ou qualquer outra
estória
deste mundo
venho vestir
toda falsa cognata de intento
e dos puros desígnios humanos
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diálogo
tua catarse
é íntima, vem das rosas
que seguras na ínfima
esperança
de reter todas as luzes
feito indiscreto de todos os sóis
canção a uma cabana
jamais virá a chuva caiu tamborilando
a madeira e as pessoas perguntaram
que de aqui pra lá não obstante
a toda essa natureza
e cai
cai cipó e bate
bate cipó e vai
as pessoas perguntaram das
obras humanas
cravaram às paredes os raios em si
sibilavam
e os animais
também perguntaram
para que limitar a consonância
mas as pessoas também se juntaram
a esses humanos todos e saíram por aí
montante
cuidado me disseram
as pegadas estão nas nuvens chuva casais
dos conselhos de amor
seca a terra vai embora zela e corre
jusante
é muito egocêntrico
as pessoas concordaram
vamos para o lado oposto e dissonante
ínfimo
todo esse caminho irmão
paz aqui e ali e em todos nós parem
falaram as árvores
vamos aprender com a luz
todos voltaram
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sem título
li num mar
qualquer
feito água
que você era folha
alumiada
eu
imagina
amálgama
vida
morre uma flor e
nasce um poeta
morre um amor e nascem
dívidas eternas
vive um humano
de tudo inumano
grafitado em voz alta
manifesto lascivo
de um vívido engano
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sem título
abro a porta:
(certifico que o mundo afora é louco)
não são essas as diretrizes
do bem da tradição ou do sigilo
é essa cor política que carregas
nos olhos que
te leva embora
batem as portas do hospício
naquilo que contradigo invento
ou repito
no fim, entendo
que foi, não foi, foi mesmo
o vento
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cigarros
quando sozinho
enegreço
minha alma desaparece
e como se nunca
fosse deixar de
estar solitário
fico sozinho de novo
sem título
acordo com pombas
toda vez que quero
acordo com o que quero
toda vez que pombas
invadem meus pensamentos
lá ficam me
ensinando o que podem
não sou estúpido
quando muito
aprendo sempre
resoluto
não desisto sempre corro
nado
nada insensato
correr atrás
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poema-escarro
dentro de mim calada
palavra-tiro
esperando o poeta fingir
puxar o gatilho
: corre solta
a cento e quarenta versos por hora
encana o vocábulo
destrói vidraças
intimida
e arrebenta
quando menos espero
pólvora
sou refém destro
deste poema-escarro
enfio na culatra
toda e qualquer alma
AOS DOMINANTES
TEMOS GRANDES DESAFIOS
ALGUNS TROCADOS NA CARTEIRA
UMAS LEMBRANÇAS NA CABEÇA
A SOCIEDADE NAS COSTAS
NOSSAS TORNANDO A VIDA
UMA ALGIBEIRA DE REFLEXÕES
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sem título
poeira fina nas mãos
escapa-me entre o vento
dos meus dedos vidros
unge falanges minhas
- petroleum –
engulo seco de novo
mau hálito. cirrose
minutos
introspectivos o chão .
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POEMÊXTASE
MINHA CABEÇA
É PROLE ÓTARIA
PUTRE FELADA
POR MULHERES INDIGESTAS
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sem título
VERDADE TOR
CI
DA
BEM ENXUGADA É MENTIRA
solidão casada
as transmissões
são pêndulos neuros
de
im
pul
sos
em rebentação das fibras
car
dí
a
cas
não ouço mais conselhos
agora só escuto
meus
ecos
surdos
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multipolaridade
meus
caracteres
estampados em mágoas passadas:
essa estória
de termos identidade
(ainda) vai ser provada
ninguém negará
o nanquim
dos meus traços
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amor em notas
quando escrevo
sobre amor
confesso aos papéis
dou preço
repasso
inválido
reais valores
amoródio
reação ametábola
oxímora
de intensidade
cada
vez
mais
fraca
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lirismo
infelicidade
outona ternura
alqueiva versos-loucura
em covas de onirismos incautos
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psicobiografia
admito em furtos
(desses roubos enviesados)
que a relação
é intratextual
de tecitura coturna
lúgubre amante
da minha prosa
soturna sussurra
.
.
.
uns casos
são cópias do meu ocaso
intertextual
expresso
expansão maometana
para o mundo
qahwa
em palavras que
acabam em geadas
e o processo
estimula
outra xícara
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séquito
não caminho com putas
fujo
sem pintar
facetas
sociais
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sem título
vou di
reta
ao
ponto
diz-me a poesia
sem crises
estou cansado de reprises
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poema-identidade
meus esc
ritos
são intrín
secos
poemoglobinas
à bancarrota
de tiros férricos
vermelho no branco
skandha
de cinco vogais
consoantes à vida
(oxigênio)
zen mutualismo
respiram-me
as poemoglobinas
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sem título
pecado
da gula
pecado gordura
pecado econômico
simultâneo instantâneo
orgasmos de infartos incessantes
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transitividade
fonte ou meio
teço passagem
entre dois universos
sentimentos
desnecessários
procurados a todo momento
caminho
viés inverso
transito
resposta ao desejo
inconcluído
escrevo o existente
não descoberto
os que leem – alunos – acendem
ascendem
novos tormentos
não inspiro anseios
comunico a ideia à mente
sem título
não cá entre nós
mais nada
não se enxergue
amor espiritual
seja sempre assim
não se entregue como você
que eu não sei
mais nada
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gênesis
não se fez nenhuma palavra
nenhuma sensata
ingrata
dolorida ou amada
não se fez nenhuma carne
interna, externa, materna
fez-se umas e outras
esquecidas, mal-dadas
taradas
fez-se as últimas: castas, inatas, inexatas
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sem título
a vida é um sopro
quem soprou
portanto
não havia
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sem título
penso que
a natureza não se entende
nem eu |