OÁSIS
Do
lago coloidal
outro olho do deserto
espelho líquido
( isso quer dizer que somos em mim
eu sou tu
ou o mergulho, inefável...)
No teu olho quero ver outra Imagem
e não o meu reflexo
ele que me furta todo conhecimento.
O
olho, espelho
de translucidez cega
lago de vidro
lago escuro
que se furta o seu
próprio segredo
Pois, náufragos
do aquário para as margens
olhar ao redor,
o teu rosto,
onde procuro o mundo inteiro.
O
CAMINHO
Luz prismada de um único feixe
Voz crispada pelo discurso
O transcurso dos peixes da represa ao norte
As torres incendiadas em silencio.
MIRAGEM nº 2: MÚSICA
DAS CONCHAS
A
mão que te estendi, em concha
agora recobre o rosto, depois ouvido
olvido eco para alhures.
ou apenas rochas lisas de correnteza
e o rebojo macio para os seus cursos.
O
som das correntezas
a Outra vida
ou a própria vida, houve dar.
Atos
dissipados á minha revelia
Nas mãos a correnteza, a rocha.
E no veio maior, tu a lias
Palmas, montes que tiveram água
Emersas pedras, pomes como toalhas secas
(a língua é uma toalha molhada)
E as rochas lisas de correnteza...
A
mão que te estendi, deslisa
esconde o teu olho para o deserto que ainda brilha.
Agora, vento para um rosto de areia
Essa minha mão diz :
-
Musica das conchas está sempre guardada
- O que é verdadeiro, existe.
TOPOLOGIA SUBMERSA
Ao sul do corpo
Ao sul das horas
Minha mão espalmada, passa no papel
A pele, pálida.
Lisos, destoam do pensamento
Oposto que se insurge,
insurreto
Redundante e crespo e postulado
Fluxo, que te procurasse...
Ao verbo imperfeito