ZUNÁI - Revista de poesia & debates

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MARCOS ALEXANDRE RAMOS

 

 

 

 

[a máquina sem mundo]

 

um grito mínimo

exala o árido som

da falta reincidente

 

– anêmica

a máquina sem mundo

inscrita na gravidade da contravida

 

vive

 

 

[na direção poema]

 

o olhar sutil

– singular

que a mão não toca

forja o verso no

indizível museu

do corpo

 

 há uma ininterrupta pulsão

 na direção poema

 


 

[no exercício do verso]

 

a direção que toma

o fluxo incidente da palavra

no exercício do verso

 

habita

– antes

o corpo tocado

pela ausência 

 

 

[o estilhaço da catatonia]

 

daqui te estendo

uma cadeira elétrica

para que tome ares

resolutos

 

– não hesite

no confronto reincidente    

com a palavra 

 

lâmina –

 

há um desconforto febril

no estilhaço da catatonia 

 


 

[o dedo mínimo]

 

I

o dedo mínimo

inscreve em asfalto

a tensa armadilha

de dizer mais

– além

 

inaugura o verso em vigília

insalubre ensejo

em que pára

– uma vez mais

o tempo da fome evasiva.

 

 

*

Marcos Alexandre Ramos nasceu em 1988, cursa Letras e Psicologia. Atualmente, dedica-se aos temas: literatura brasileira contemporânea, teoria da literatura e psicanálise. Tem publicado artigos em periódicos e prepara seu primeiro livro de poemas, O corpo de uma linha.

*

 

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