— BELLYCOS —
I
ar entrava
pelas
guelras, garras
(guerra?)
inflavulva, con
sumia-se
sangue
(físicosfera)
pelos são nomes
próprios
em mim há um corpo
que não pertence
(pouco:)
femmesimbiose — (cor)roída
obstáculos
— miúdos —
em mim há um signo
não sei
: o poema
pomba solta
do des
aparecer :
*
rompe-se em silêncio
interior
do peixe
(sangra):
agarrá-lo
pelas
guelras, o ar descama
a noite
no homem que respiro
*
esta é minha artilharia órfã
furo, forte de endométrios
vietcongues
roda punk
o olho
furacão, meu bate-cabeça
cármico
este é o tempo
em que o aquário quebra-se
pés sobre
cacos
minas
mais de vinte mil
meninas
que se abriram
(portas!)
suas mutilações
menarcas
artefatos
belly
cos
*
então estar
vacío
útero
(lugar?)
perma
necer é
senão
esva
ir-se?
dentro de um
cravo
cavo melancolia
febril
espaço
entre lesmas
não
morar
em
sonhos
II
enquanto
outro lado
do poema:
todas as mulheres não fui
organizam missas
acordam-se à noite
va
ra
das
pelos mistérios do te deum
mel/álcool/ia
o homem que oro
há um corpo
que pertence
(um copo:)
cava — o coração
sem a hora
de:
be
bê
lo
*
uma flecha
sai
do peito
&
volta
: : : : : :
detona-SE
: : : : : :
retrato
anjo
&
labareda
dançar de lâmina-sangue
res
luzida
o
V
a
Z
i
O
(insustentável luz negra)
derrocada elipse de
: com o
cabo da
faca
em
forco
me :
*
esva
ir-se
(não-lugar?)
trança de cordões
umbilicais
sai
do ilhós
&
e volta
no espartilho aperta
fístulas
: o poema
pomba presa :
porque estouro, estremeço
atravesso deus
seu voo inescrutável
mas depois
o enfaixo
(como fazem com bebês
recém-nascidos)
III
digo-te, ser
pentes
ou
ser
mentes
a placenta viva
vietcongue
desdobra-se
o homem torturo
(movimento
coação)
: pomba solta pomba
presa pomba
solta pomba
presa pom
ar :
*
na superfície
respirazia
(cogito: estou aqui?)
extrair sem calma
oráculos
do filho morto
signo-porra
buceta-linguagem
ter teias
atreladas ao
tato
tarântulas inteiras
intrínsecas
(escravos)
explorar covos
quadris em transe
meia-arrastão
crua
embriogênese em
nós
boca:
não a que fala
mas a que ouve
renúncias
calem-se
eu já disse!
calem-se
fechem as mal
ditas portas!
IV
em tempo
veria os dois lados
do plano
o homem calculo
ânus
0 a infinitos
NÃOS
vulva
0 a infinitos
SINS
(em tempo)
o períneo
0
limbo
lambe
o fio da vida
ponto cego
(onde?)
a tesoura aberta
o meio
de suas pernas
*
0 a infinitos
NÃOS:
seria preciso
incendiar
este vale nenhuma-cor
este rosário
de contas ocas
o olho
furacão, meu colo
colón
(calem-se!)
seria preciso
gritar
neste fim de mundo
nesta noite que se abriu
em pleno vietnã
líquida
lacto
bacílica
flora
nenhuma-seiva
*
0 a infinitos
SINS:
tórridas mansões do
desespero
amniótico
buceta, sagrada platina
: com os pés e tentáculos
assomo-me :
pelo fio d’alma
rela costela de adão
nasce lúcifer
(a mulher sem costelas ar
rota)
que se pode fazer
senão
di
lu
ir?
sou palacete púbico-verbal
conquanto
isto
aqui
*
(onde?)
ponto cego
ilumina-se
a tesoura aberta
o meio
de suas pernas
luz
em
luz
: : : : : :
mutila-SE
: : : : : :
*
homem que armo
conquanto
isto
nenhum lugar
V
: poema-gira
pomba :
roda cármica
o olho
cego, que tudo vê
*
desde então dormimos
longamente:
as mal
ditas portas
da gaiola
batem-se
como se alguém soprasse
outro lado
do poema:
todas as mulheres numa
todas as mulheres fui
(mulher-morte)
*
em mim há corposigno
abre-se, não
asas-de-nenhuma
ar-entrave
pelas
pelos
nelas
: o poema
só
des
aparecer :
Marceli Andresa Becker
Paula Freitas
Entre maio e agosto de 2012 |