Três
Inéditos
ARAME
sob as vírgulas
o peixe filtrado pelo
olho envolto no verde
exceto abaixo
onde seixos
calam fundo
mas o espectro
argento do peixe
em vago rastro
até os seixos
move uma farpa
que não cessa
TEU NOME
em teu nome
há um mar
e uma bossa nova
um jaguar
um césar
uma roda d’água
um adro de igreja
pétala de jasmim
um dente de alho bem dourado
e a enamorada de teseu
uma casa em messejana
em teu nome roubado
e toscano
frágil e nuvem no centro
auro e prumo nos flancos
há uma seita herética
um relógio de sol
um odor de lavanda
uma muralha em inglaterra
o ato de içar bandeiras
uma graciosa cabala
um atril
em teu nome
de vogal há bromélia
e adstringente entropia
mercearia em mariana
letra à giz sobre lousa verde
uma alergia, um parque
um coreto limado de sol
e sombras devolutas
num pátio de gaudí
e bredos-da-praia, e copa de aluá
canoa em camocim
afora uma caligrafia
de ponta à cabeça
a meio gasto
e nessa caligrafia
giro de ciranda
está escrito
letra à giz sobre lousa verde
o teu outro nome
está escrito
o teu nome de guerra
que era
EPIGRAMA
não
ficará
perda
sobre
perda