VICTOR BRUM CALAÇA
CIRANDA-ESCARAVELHO
I
Saúva noite
eriçada de estrelas
em sua cíclope íris diadorim
alveja arqueira o que for
desembocadura de nós
no rasgar das máscaras em destilação.
Em instrumento de sopro
ela me sola e improvisa
verbena,verbena,verbena
tua turmalina
ora verde
ora negra
espessa e acre
ressoa em mergulhos
mantra solares
revoada de cascatas
ao arpejo do bandolim
que me escava
II
Teu corpo
lona verde ainda
origami de minha malícia
vou e volto
eterno retorno
deste agora
na colisão dos sons
para cada lado
cores dos sábados em fuga
Dança perdida que emerge
ao beijo deste redemoinho
Esferas que uma a uma
do bilhar de olhares
minha e tua
candeeiro de mil igrejas
adentram pelos cantos da memória
*
Victor Brum Calaça é advogado em São Paulo. Publicou poemas e textos em sites e revistas literárias eletrônicas como Triplo V, Overmundo, Cronópios e Zunái. |