Poly
= muito(a)s
Vox = voz. Do lat. voce. S. f. 1. E. Ling. Som ou conjunto
de sons emitidos pelo aparelho fonador. 2. Faculdade de falar,
fala. 3. V. clamar (2). 4. Ordem em voz alta. 5. V. boato. 6.
Manifestação verbal; palavra. 7. Direito de falar
em algum lugar. 8. Sugestão íntima 9. E. Ling.
Categoria gramatical que indica as relações entre
o sujeito, o objeto e o verbo, quanto à ação
indicada por este. [V. Voz ativa, voz causativa, voz média,
voz passiva]. 10. E. Ling. Som resultante da vibração
das cordas vocais. 11. Mús. Trecho vocal de uma composição
musical. 12. Mús. Nas fugas para piano e para órgão,
cada uma das várias alturas em que o tema é desenvolvido
[Cf. Vos]
Dicionário Aurélio
P
O L I V O X
Música & poesia: desde o começo estas duas
estiveram próximas em meu trabalho, uma alimentando e
provocando a outra. A descoberta da poesia foi simultânea
com a descoberta da música em geral e da canção
brasileira e seus mestres. Em Polivox, além de reunir
canções e poemas escritos nos últimos anos,
a intenção é criar um território
híbrido, onde música e poesia - como as pegadas
de um pássaro na areia - sejam indissociáveis
(como sempre foram, dos rapsodos gregos aos rappers).
Polivox
traz a experiência com diversos estilos e dicções
que acredito marcar o meu trabalho como poeta, tradutor e compositor,
ao abrigar linguagens e universos que vão do blues ("Perfeitos
Estranhos BLues" e "O Assinalado", obra-prima
do simbolista Cruz e Souza) ao doce stil nuovo da poesia provençal
medieval ( "O Amor é Uma Mulher de Olhos Invisíveis").
Do jazz-beat-surrealismo de "A Solidão" ao
poema-trilha "Thoth" (que dialoga com "O Livro
dos Mortos" do antigo Egito). Do reggae de "O Ruído
do Vidro" ao funk de "Clique, Plugue, Ligue".
Este território livre parece ser algo enraizado em nossa
riquíssima cultura musical, na tradição
da poesia e canção brasileiras.
Certas
perguntas me visitaram durante o processo de gestação
de Polivox: O que acontece quando a palavra salta do espaço
da página para o tempo da voz, do íntimo do ritmo,
da articulação da música? Que faísca
pode resultar do atrito entre essas duas linguagens? São
possíveis novas abordagens dentro do território
da canção, da música, da poesia falada?
Pode a poesia, além de um exercício de imaginação,
ser a arte da escuta, uma espécie de escuta arrebatada
e ativa?
Aqui, os poemas recebem três tratamentos básicos:
1) Musicados e transformados em outra coisa, canções;
2) Sob a forma de poetrilhas ou salas sonoras (aguçando
uma viagem sonora com o texto); 3) Lidos no seco, explorando
o som da linguagem em si.
Se
a poesia é "linguagem em tensão", ela
também é para mim o lugar onde somos iguais enquanto
humanos, ela é nossa resposta, em tempos de Terror.
RODRIGO
GARCIA LOPES - setembro de 2001
*
* *
Dirigido,
concebido e produzido por Rodrigo Garcia Lopes
Gravado
entre dezembro de 2000 e fevereiro de 2001 por Sidney Giovenazzi
e de março a maio de 2001 por Maurício Grassmann
(Estúdio Frequência Rara, São Paulo)
Mixado por Maurício Grassmann e Rodrigo Garcia
Lopes
Masterizado por Maurício Grassmann
Rodrigo
Garcia Lopes: voz, violões, vocais
Sidney Giovenazzi: violão, baixo elétrico,
teclados
Neuza Pinheiro: voz e vocais
Marco Scolari: teclados, acordeon e baixo.
Ricardo Garcia: percussão
Arranjos
Arranjos
de "Paradoxos do Tempo", "A Solidão",
"Sobre um Ditado Antigo", "El Duende", "O
Assinalado" e "Ítaca": Rodrigo Garcia
Lopes
Arranjo de "Thoth": Rodrigo Garcia Lopes e Maurício
Grassmann
Arranjos de "Mulher da Multidão", "Minuto",
"O Assinalado", "Perfeitos Estranhos Blues",
"O Ruído do Vidro", "Clique, Plugue, Ligue",
e trilha para "O Amor é Uma Mulher de Olhos Invisíveis":
Sidney Giovenazzi
Todas
as músicas são de autoria de Rodrigo Garcia Lopes
Projeto
gráfico: Visualitá
Agradecimentos a Maurício Grassmann, Beth Yunomae
e Cristina Tomé (Visualitá), Christinne Viana,
Iara Rossini Lessa, Bernardo Pellegrini, Ademir Assunção,
Marcos Losnak, Madan, Vitor Ramil, Neuza Pinheiro, Luciana Andréa
Pires, Marco Scolari, Ricardo Garcia, Fabio Giorgio, Denise
Cavalini, Daniela Angelotti, Fernando Alexandre, Andrea Ramos,
minha família e todos que, de alguma forma, ajudaram
a realizar este trabalho.
Apoio:
Visualitá, Midiograf, Atrito Art, Estella Baggio (Adega
Perfumada), David Dequech, Gariel Lessa, Dolores Mamprim, Samuel
Leon e Beatriz Costa.
*
POLIVOX
Dirigido,
concebido e produzido por Rodrigo Garcia Lopes
1.
MULHER DA MULTIDÃO (3:20)
2. MINUTO (2:48)
3. PERFEITOS ESTRANHOS BLUES (4:40)
4. CEREJAS (00:29)
5. O RUÍDO DO VIDRO (3:24)
6. SOBRE UM DITADO ANTIGO (1:21)
7. CLIQUE PLUGUE, LIGUE (3:41)
8. EL DUENDE (oo:39)
9. O ASSINALADO (3:44)
10. O AMOR É UMA MULHER DE OLHOS INVISÍVEIS (3:56)
11. ÍTACA (2:34)
12. THOTH (3:19)
13. PARADOXOS DO TEMPO (3:23)
14. A SOLIDÃO (3:38)
15. POLIVOX (1:00)
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