ZUNÁI - Revista de poesia & debates

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 JOHANN WOLFGANG VON GOETHE E GOTTFRIED AUGUST BÜRGER



 

 

Maria Aparecida Barbosa

 

Escrita em 1797, a balada Die Braut von Korinth gozou de enorme popularidade e influenciou muitos escritores, não apenas por franquear à temática vampírica um lugar de destaque na literatura alemã, mas também por ajudar a delinear e cristalizar o elemento sexual subjacente ao vampiro. A inspiração de Goethe para a elaboração desse poema foi a história da jovem Filinion, que retorna da morte para desfrutar dos prazeres que lhe foram negados em vida. A história original, elaborada a partir do folclore grego, é de Flégon de Trales, escritor grego que viveu no século II da era cristã, e encontra-se em seu tratado De Mirabilibus (Livro das maravilhas).

 

Os poemas de Goethe e Bürger, traduzidos por Maria Aparecida Barbosa, integram a coletânea Contos clássicos de vampiro – Byron, Stoker e outros publicada pela Editora Hedra em 2010.

 

A NOIVA DE CORINTO

Johann Wolfgang von Goethe

 

De Atenas provindo, a Corinto

Chega um jovem que desconheciam,

Como hóspede em domo distinto.

Os dois pais sempre se recebiam,

Ambos desde cedo

O moço e a moça

Noivo e noiva já se prometiam.

 

Mas será ele também lá bem-vindo,

Se boas graças nunca conquistou?

Com seus gentios é pagão ainda,

E o da casa em Cristo batizou.

Nova fé que fulge

Contra amor insurge

Qual erva daninha logo se arrancou.

 

Repousa a casa inteira, é tarde,

Sem pai ou filha, só, a dona domina;

Recebe o moço com boa-vontade,

Logo o melhor quarto ela lhe destina.

Uma ceia ostenta,

Bem alojá-lo tenta:

Depois diz boa noite, sai em surdina.

 

Entretanto o apetite é perdido

Farta refeição posta, a despeito;

Extenuado, de comes abstido,

Mesmo vestido faz-se ao leito;

Quase ele cochila,

Mas a porta estila

Esgueira-se ao quarto um afeito.

 

Ao clarão da luz, vê se insinuar

Pelo quarto, moça virginal

Brancos véus a acobertar,

Cingindo a fonte preto-ouro xal.

Tão logo o vislumbra

No canto à penumbra,

Espanta, mão alva eleva ao alto.

 

“Sou por acaso estranha”, diz ela,

“Que do hóspede nem tenho notícia?

Ah, assim mantêm-me eles na cela!

Por isso cometo a inconveniência.

Prossiga dormindo

Me esquivo, vou indo,

Saio como vim, peço licença.”

 

“Fique, jovem!” — grita o rapaz

Lépido num só pulo de seu tálamo:

“De Céres e Baco, as oferendas

Tens. Agora amor traz teu âmago.

O susto te descora

Vem, não vá embora,

Deleitemos dos deuses o júbilo!

 

“Fique longe, mancebo! Parado!

Não me é permitida a ventura.

Fatal passo, ah! já foi dado.

Boa mãe doente em insânia pura!

Caso convalesça

A promessa faz:

Que consagra filha aos céus em jura.

 

De deuses antigos o cortejo

Proscrito, a casa silencia logo.

Invisível um uno em adejo,

O salvador na cruz está morto.

E o imoleiro,

Não rês ou cordeiro,

Mas, seres humanos tem sacrificado.

 

Ele indaga as palavras pesando,

Que jamais com o espírito desavêm:

É possível ter num ermo aposento

Minha noiva em pessoa ante mim?

“Seja minha, criança!

Os pais com a fiança

Bênçãos celestes nos concedem.”

 

“Coração, não é a ti que destino!

É a mana que te hão de atribuir.

Enquanto na cela nefasta amofino,

Lembre de mim um dia no porvir,

Que só penso em ti

Pelo amor sofri

E a terra em breve há de cobrir!”

 

“Não! Eu juro, com a mão sobre o fogo

Vontade paterna compartilhar;

Nem perdida ou desdita, te rogo,

Vem para a casa comigo viajar.

Fique! Eu te peço!

Um sonho confesso.

Nossas núpcias em festim celebrar!

 

E trocam eles prendas de amor:

Ela dá-lhe um dourado adereço,

Por sua vez, faixa de prata cor,

Presenteia-lhe em terno apreço.

“Não é meu o xale!

Mas muito me vale!

Dê-me uma mecha de teu cabelo.”

 

Dos fantasmas soa a fúnebre hora,

Quando ela transforma-se langue.

Ávida sorve a pálida boca

Sôfrega o vinho tinto qual sangue:

Mas de trigo o pão,

Que o gentil em vão,

Lhe oferece, ela sequer o tange.

 

Estende ela o cálice ao moço,

Que ardente o esvazia num gole.

E suplica a cear licencioso;

Amor, que seu coração console.

Mas ela resiste,

Ao que ele insiste,

Até que na cama em pranto implore.

 

Aproxima-se ela, ajoelha:

“Desatino é ver teu sofrer!

Satisfaça-te e toque-me e olhe

Esses membros que estou a esconder.

Clara como a neve,

Mas fria como deve

A amada que vens de eleger.”

 

Ardente a cerra, abraço viril,

Intenso a estreita, a inunda:

“Eu desejo aquecê-la do frio,

Mesmo que tu me venhas da tumba!

Um beijo fervente!

Anseio eloquente!

Não te queima uma paixão profunda?”

 

E selando em êxtase o amor,

Lágrimas ao desejo se mesclam;

Suga-lhe ela à boca o calor,

Presos um ao outro se infundem.

Seu ardor feroz

Anima-a voraz;

Não lhe pulsa o coração, porém!

 

Nisso a mãe pela casa vagueia

Sempre alerta, tão tarde em ofício,

Detém-se escutando à soleira,

Um singular gemido e bulício.

Em pleno alvoroço

A moça e o moço

Indícios de amor em balbucio.

 

Ela imóvel detém-se ao umbral,

Suspeita mas reluta uma vez,

Cisma e apura paixão cabal,

Que evoca a sanha cupidez —

“O galo canta, amada! —

Mas noutra madrugada...”

Beijos, beijos. “Tu vens, talvez?”

 

Não contém a raiva em delonga,

A porta ela abre de chofre:

“Há cá nesta casa songa-monga,

Que ao forasteiro se oferece?”

Entra e ojeriza,

Ao clarão divisa —

Santo Deus! A lha reconhece.

 

O jovem no primeiro espanto

Tenta com o véu a impudente,

Com o tapete, cobrir-lhe o desmanto;

Mas ela se ergue logo saliente.

Como um fantasma

Que do alto plasma

Longa e lenta, plana ao leito.

 

“Mãe, mãe!” Diz com voz de sepulcro,

“Você quer ser desmancha-prazer?

Tira-me ao tépido e pulcro!

Me acorda para arrefecer?

Como se não basta,

Quando inda casta,

Você cedo ao túmulo me poer?

 

Mas uma lei bem própria me expulsa

Me liberta da baldia prisão.

A cantilena sacra é insulsa,

A mim sequer comove oração;

Salmodiou sem efeito

Se os jovens a eito;

Ah! Terra não esmorece paixão.

 

Esse moço me foi prometido,

Nos bons tempos do templo de Vênus.

Mãe, contudo foi o voto rompido,

Pois o alheio e falso os seduz!

Mas nenhum deus ouve,

Quando a madre ousa

Recusar à lha as bodas de jus.

 

Da sepultura lançada à vida,

À procura do anelado bem,

Por perdido ser inda querida

Aspirar todo o sangue que tem.

Quando ele morrer,

Mais hei de querer,

Sedenta, a debelar gente jovem.

 

Tanto não viverás!

Definhas-te, aqui neste lugar, meu belo;

Ofertei-te minha correntinha

Comigo guardo a mecha com zelo.

Veja-lhe ademãs,

Depois, meras cãs!

Lá insosso e sem cor será o pelo.

 

“Ouça, mãe, a prece derradeira:

Minha última morada abre!

Então arme uma grande fogueira,

Os amantes nas chamas, descanse!

Chispa resplandece,

Brasa incandesce,

Devoltamos à crença fagueira.”

 

Publicado pela primeira vez no Göttinger Musenalmanach (Almanaque dasMusas), em 1774, “Lenore” causou enorme sensação na Alemanha e na Inglaterra, onde teve várias traduções a partir de 1790. O jovem Shelley era de tal modo fascinado pelo poema que possuía, de acordo com Thomas Medwin, primo e primeiro biógrafo de poeta, “um  manuscrito completo do poema, que ele copiou de seu próprio punho”. Gottfried August Bürger (1747-1794) foi um dos integrantes do movimento “Sturm und Drang” (Tempestade e ímpeto), e assim como Goethe, influente na estilização da temática folclórica e popular em forma de balada. Compôs sonetos petrarquianos e verteu para o alemão Reliques of Ancient English Poetry, de Thomas Percy, vasta coleção de baladas tradicionais inglesas e escocesas.

 

  

LENORE

Gottfried August Bürger

 

Lenore desperta à alvorada

Por tristes sonhos agitada:

“És infiel, Guilherme, ou estás morto?

Tardas ainda a voltar?”

No exército do Grande Frederico

Partira à batalha de Praga

E nunca mais notícia enviou

Se são sobreviveu.

 

Da infindável contenda

Fartos, o rei e a imperatriz

Os ânimos ferozes abrandam

E a paz finalmente selam;

Heróis em alarido e alvoroço

Ao som de fanfarra, repique e rojão,

Regressam aos próprios lares,

Ornados com ramos verdes.

 

Por toda a parte, ruidosos,

Apinhavam-se moços e velhos

Ao encontro dos recém-chegados

Em praças, caminhos e trilhas.

“Graças a Deus!”, gritava lho e esposa,

“Bem-vindo!”, saudava a noiva rindo.

Mas coube à pobre Lenore

Em vez de beijo, só dor.

 

As fileiras percorria, ligeiro,

Indagava do noivo guerreiro,

Mas ninguém que vinha

Sequer notícia tinha.

E tão logo saía a tropa,

Ela à poeira se joga

E arranca tufos do negro cabelo,

Delirante e desconsolado apelo.

 

A mãe aflita acode:

“Oh, Deus, misericórdia!

Que tem minha pobre criança?”

E ternamente a abraça.

“Mamãe, mamãe! Eu o perdi, está morto!

De mim Deus não tem compaixão

Deus é vã promessa, não consolo!

Ai que dor, ai que dor, meu desvelo!

 

“Senhor, valha-me Senhor!

Tende piedade de nós!

Filha, ore o padre nosso,

Deus sabe bem o que faz.”

“Mamãe, mamãe! Que delírio!

Solidão, sim, é o divino desígnio!

De que me serve, pois, reza

Se Deus não concede fortaleza?”

 

“Valha-me, Senhor, valha-me!

Quem crê, confia qu’auxilia.

O supremo sacramento

Há de lenir teu sofrimento!”

“Mamãe, mamãe! Mia ferida

Não há sacramento que atenue!

Pois nenhum sacramento restitui

Aos mortos novamente a vida.”

 

“E se o traidor, minha filha,

Na fria e remota Hungria

Ante os sagrados votos, omisso,

Assumiu novo compromisso?

Esqueça, criança, te acalma,

O noivo não te merece mais.

Tão logo se apartem corpo e alma

Sua consciência não terá paz.”

 

“Mamãe, mamãe! Morte é fim!

Perdida pra’ sempre, ai de mim!

Minha única esperança é a morte!

Quisera ter tido outra sorte!

Esmaeça, chama vital!

Que eu pereça em morte obscura!

Deus é vã promessa, não consolo!

Ai que dor, ai que dor, meu desvelo!”

 

“Valha-me, Senhor, valha-me! Por ora

Não julgue Sua pobre criatura!

Das palavras não tem consciência,

Não lhe guarde os pecados que inflige.

Ah! Esqueça a dor terrena, criança,

Pense em Deus, na dádiva infinita!

Talvez te seja dada na altura

A graça do noivo celeste.”

 

“Oh mãe! O que é ventura?

Oh mãe! O que é inferno?

A vida com ele é ventura!

Sem Guilherme, ao contrário, é inferno!

Esmaeça, chama vital!

Que eu pereça em noite obscura!

Na terra, no céu tampouco,

Sem ele eu vivo em paz.”

 

Ela assim contra Deus investiu,

Por veia e artéria a ira pulsou,

Desafiando nisso a Providência

Com insana e furiosa insolência;

Martirizou-se, lanhou-se

O corpo, os braços até cair a noite,

Até surgirem estrelas douradas

Lá longe, no firmamento.

 

Um ruído ecoa, poc, poc, poc,

Cascos de cavalo em marcha.

Retine a armadura, quando alguém apeia

E sobe acima os degraus;

Ouça, ouça! Soca a aldraba,

Suave seca, à socapa!

Pela porta, nítidas

Adentram as seguintes palavras:

 

“Olá, olá, meu bem! adivinha quem vem...

Velas no leito ou estás a dormir?

Que sentes por mim agora?

Choras saudosa ou sorris prazerosa?”

“Ah, Guilherme, és tu? No meio da noite!

Eu chorava e ansiava

Sofri com tua ausência

Donde vens das trevas cavalgando?”

 

“Nós não selamos, senão à meia-noite.

Dos conns da Boêmia a galope,

Bem tarde pus-me a caminho

E quero levá-la comigo!”

“Ah Guilherme, entra um instante!

Sinto o vento na floresta silvando,

Me abrace apaixonado não conteste,

Amado, eu quero aquecer-te!”

 

“Que silve na floresta o vento!

Que silve, criança, o relento!

O cavalo impacienta, a espora afoita,

Não é dado que eu cá pernoite.

Venha, te avie, te alce e te lance

À garupa do meu cavalo

Cruzarei inda hoje cem milhas

Contigo ao leito de núpcias.”

 

“Ah, queres cem milhas cruzar

Inda hoje ao leito me levar?

Ouça! Da meia-noite perdura o som,

Sinos ao longe percutem.”

“Olhe lá, olhe só! A lua resplandece.

Nós os mortos cavalgamos velozes.

Que hoje te levarei com gosto

Até nosso leito nupcial.”

 

“Diga, onde é tua morada?

Onde? Como é a cama do casal?”

“Longe, longe daqui! Silente, rente, fininha!

Seis tábuas, duas tabuinhas!

“Tem lugar para mim?”, “Pra’ ti e pra’ mim!

Venha, te avie, te alce e te lance!

A porta está aberta,

Os convivas esperam.”

 

A jovem aviou-se, alçou-se e lançou-se

À garupa do encantado corcel

Com as cândidas mãozinhas cingiu

Se agarrou ao amado cavaleiro.

Eia, eia, eia, poc, poc, poc!

Desabalava zunindo em galope,

Que garanhão e ginete bufavam,

Cascalho e faísca espalhavam.

 

Como à esquerda, à direita

De passagem a seus olhares

Voavam poços, pastos, plantas,

Retumbavam pontes!

“Tens medo, querida? A lua resplandece!

Hurra! Mortos cavalgam veloz!

Tens medo, querida, dos mortos?”

“Ah não! Os mortos, deixemos em paz!”

 

Que canto ou réquiem plange além?

Que bandos de corvos revoam?

Ouça o som dos sinos! Ouça o canto fúnebre:

“É hora de enterrar o corpo!”

Um cortejo se arrasta moroso,

Mortalha e ataúde carrega.

O réquiem se assemelha

A presságios soturnos, sombrios.

 

“Passada a meia-noite, o defunto enterre

Com canto, cantata e coro.

À morada levo mia jovem esposa

Junto comigo à cama dos noivos!

Vem, sacristão! Por aqui com o coro!

Nos entoe um hino de celebração,

Antes de nos deitarmos, avance o coro,

Cante um réquiem de consagração.”

 

Queixas, cantos se calam. Some o caixão.

Acatando resignado ao convite

Vem, hurra, hurra! Em corrida veloz

Apertando-se às espáduas do cavalo,

E sempre avante, poc, poc, poc!

Desabalava zunindo em galope

Que garanhão e ginete bufavam,

Cascalho e faísca espalhavam.

 

Como voavam à esquerda, voavam à direita

Montanhas, árvores, matas!

Como voavam à esquerda,

À esquerda e à direita

Vilas, burgos, cidades.

“Tens medo, querida? A lua resplandece!

Tens medo, amor, dos mortos também?”

“Ah, deixemos os mortos em paz!”

 

Olhe lá! Olhe lá! No patíbulo

Dançam, rodeiam a engrenagem

Círculo de espíritos funestos,

Visível à luz do luar. “Sassa!

Fantasmas, venham cá!

Fantasmas, me sigam!

Dancem danças de rodas,

Que é noite de nossas bodas.”

 

E o bando agourento vupt, vupt, vupt!

Vem atrás estrepitante,

Qual redemoinho através de aveleiras

Pelas folhagens secas, crepitante.

Eia, eia, poc, poc, poc!

Desabalava zunindo em galope

Que garanhão e ginete bufavam,

Cascalho e faísca espalhavam.

 

Como voa o que a lua alumia!

Como voa tudo à distância!

Como voam as estrelas céleres

Sobre suas cabeças lá no céu!

“Tens medo, amor, também? A lua resplandece!

Hurra! Mortos cavalgam veloz!

Tens medo, amor, dos mortos também?

Que nada, deixe os mortos em paz!”

 

Eia, eia, cavalo! É hora de o galo cantar

Breve toda a areia terá transcorrido.

Eia, eia, cavalo! Sinto o orvalho matinal.

Eia! Siga adiante!

Cumprimos, cumprimos o percurso!

Vislumbro ao longe nosso pouso!

Mortos cavalgam velozes!

Cá estamos, cá estamos nós!”

 

Em carreira se batem ao portal

À brida, grades férreas arrombam.

Cortando os ares, oscila a vergasta,

Que o empecilho lesto afasta:

Ferrolhos rangentes, batentes se abrem

No afã da abalada sobre túmulos seguem

Que aos poucos se distinguem

Em torno ao matinal clarão.

 

Olhe só, olhe lá! Que visão,

Uu, uu! Assombroso prodígio:

A armadura do brioso

Qual isca podre se rompe.

A cabeça tornada em caveira,

Descarnada sem miolo, sem pelo,

E o corpo todo esqueleto

Munido de foice e ampulheta.

 

Empina bufando o negro corcel

Faíscas de fogo lança o tropel.

Ai! Retorce e contorce para baixo

Afunda na terra profunda.

Horror! Horror se espalha aos ares

Gemidos se elevam das tumbas.

E o coração de Lenore

Palpita entre a vida e a morte.


Espíritos em círculo voluteiam,

Ladainha e arenga lamentam

Em grêmio ao brilho do luar

Uma macabra dança a urdir:

“Paciência! Paciência! Contra Deus não blasfeme jamais!

Nem com o coração em agonia!

Pois aí tens escoltado o corpo à terra fria,

À alma que Deus conceda paz!

*

 

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