ZUNÁI - Revista de poesia & debates

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JAMES TWALA

 

 

 

FLOWER SELLER

 

 

The barren concrete is

bedecked with fast waning flowers.

In the beeless shady stall

she paces the concrete sidewalk

with a bunch of flowers

in her gaunt hands.

 

Only faint whiffs of aroma

escape from the coloured flowers

and mingle with the spreading

fumes of the afternoon traffic.

 

Her coarse and mournful voice is

lost amid the roaring traffic

as she cries aloud,

hard-eyed,

with a sad and sun-splashed face

that depletes her poor business:

'Flowers here, seventy-five cents a bunch!'

 

When the traffic subsides,

her rage unfurls like a flower:

she loses her sweetness

faster than the flowers in her hand.

 

 

 

 

VENDEDORA DE FLORES

 

 

O concreto estéril é

enfeitado com flores minguantes.

No boxe sombreado sem abelhas

ela mede os passos na calçada de concreto

com um maço de flores

em suas mãos frágeis.

 

Somente sopros débeis de aromas

escapam das flores coloridas

e entremeiam-se com a fumaça

difusa do trânsito do final de tarde.

 

Sua voz grosseira e gemida é

perdida no entremeio dos rugidos do trânsito

e ela grita em voz alta,

olhos duros,

com uma cara desolada e enlameada de sol

que esgota seu pobre negócio:

'Flores, flores, setenta e cinco centavos o maço'

 

Quando o trânsito se apazigua,

sua raiva desabrocha como uma flor:

ela perde sua doçura

mais rápida que as flores em sua mão.

 

  *

Tradução: Ana Rüsche

*

 

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