ZUNÁI - Revista de poesia & debates

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JIM MORRISON

 

 

An explosion of birds
Dawn
Sun strokes the walls
And old man leaves the Casino
A young man reading pauses
On the path to the garden

Explosão de pássaros
Aurora
O sol acaricia os muros
Um velho sai do Cassino
Um jovem lendo pára
A caminho do jardim

 

FEAR IS A PORCH...

Fear is a porch where winds
       slide thru in the North
A face at the Window that
       becomes a leaf
An eagle sensing its disaster
But soaring gracefully above
A rabbit shining in the night

 

O MEDO É UMA UMA VARANDA...

O Medo é uma varanda onde ventos
           escorregam pelo Norte 
Um rosto na Janela que
           vira uma folha
Uma águia intuindo seu desastre          
Mas pairando com charme sobre
Um coelho brilhando na noite.

 

* * *

A man rakes leaves into
a heap in his yard, a pile,
& leans on his rake &
burns them utterly.
The fragrance fills the forest
children pause & heed the
smell, which will become
nostalgia in several years

Um homem varre folhas
e as amontoa, em pilhas, no quintal
& se apóia em seu rastelo &
queima tudo.
O perfume enche a floresta
crianças param & atentam para
o perfume que um dia
vai virar nostalgia.

 

THIS IS MY FOREST

This is my forest
       a sea of wires
This gaggle of vision
         is my flame.
These trees are men,
         the engineers.
And a tribe of farmers
       on their Sunday off.

Gods - the directors.
         Cameras, greek
Centaurs on the boom,
         sliding w/ silent
Mobile grace
Toward me -
          a leaping clown
In the great sun's
          eye.
Grand danger there
          in curved thigh.
The avenging finger -
          lord.

 

ESTA É MINHA FLORESTA

Esta é minha floresta
         mar de arames.
Esse  bando de visão
         é minha chama.
Essas árvores são pessoas,
           Os engenheiros.
Uma tribo de fazendeiros
        No seu domingo de folga.

Deuses - os diretores,
           Câmeras, centauros
gregos na grua,
            deslizando c/ graça
silenciosa e móvel.

 Em minha direção -
           um palhaço saltitante
No imenso olho do
      Sol.

Grande perigo ali,
         dobra de coxa.
O dedo vingador -
            senhor.

 

* * *

 

THE DESERT

The Desert
       - roseate metallic blue
            & insect green 
            blank mirror &
            pools of silver

            a universe in
           
one body

 

O DESERTO

O Deserto
          - azul cor-de-rosa metálico
               & verde inseto
               espelhos vazios &
               poças de prata 

              um universo
              num corpo

 

THE CROSSROADS

Meeting you at your parent's gate
We will tell you what to do
What you have to do
to survive

Leave the rotten towns
of your father
Leave the poisoned wells
& bloodstained streets
Enter now the sweet forest

 

ENCRUZILHADA

Cruzando você no portão paterno
Diremos o que você deve fazer
O que deve fazer
para sobreviver

Abandone as cidades podres
de seu pai
Abandone os poços envenenados
& ruas manchadas de sangue
Entre nesta doce floresta.

 

Traduções: Rodrigo Garcia Lopes

 

Nota: No primeiro poema, Explosão de pássaros, Morrison faz um trocadilho de difícil tradução:  sun strokes (o sol acaricia) e sunstrokes, insolação.

 

*

JIM MORRISON, lendário cantor, letrista, poeta e líder da banda The Doors. Nasceu em Melbourne, Flórida, em 8 de dezembro de 1943, e morreu em Paris em 3 de Julho de 1971. Além de autor de canções hoje clássicas, teve sua obra reunida nos livros The Lords & The New Creatures (1971), Wilderness (1988) e The American Night: The Lost Writings of Jim Morrison (1991).

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