I
Quien tanto veros
dessea,
señora, sin conosceros,
¿qué hará, despues que os vea,
quando no pudiere veros?
II
Gran temor tiene
mi vida
de mirar vuestra presencia,
pues amor en vuestra ausencia
me hirió de tal herida;
aunque peligrosa sea,
delibro de conosceros,
y si muero porque os vea,
la victoria será veros.
I
Quem tanto ver te deseja,
senhora, sem conhecer-te,
que fará depois que te veja
quando não puder rever-te?
II
Grande temor tenho na
vida:
admirar vossa presença,
pois amor em vossa ausência
feriu-me de tal ferida;
ainda que perigo ensejo,
desejo bem conhecer-te,
e se morro porque te vejo,
a vitória seja ver-te.
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I
No sé por
qué me fatigo,
pues con razón me vencí,
no siendo nadie comigo
y vos y yo contra mí.
II
Vos por m'auer desamado,
yo por aueros querido,
con vuestra fuerça y mi grado,
auemos a mí vencido;
pues yo fuy mi enemigo
en dar-me como me di,
¿quién osará ser amigo
del enemigo de si?
I
Não sei porque
me fadigo,
pois com razão me venci,
não sendo ninguém comigo
e eu e vós contra mim.
II
Vós por me haver
desamado,
eu por te haver querido,
com vossa força e meu grado
havemos a mim vencido;
pois se fui meu inimigo
ao dar-me tanto a ti,
quem ousará ser amigo
do inimigo de si?