ZUNÁI - Revista de poesia & debates

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LEWIS CARROLL

 

 

 

 

 

JABBERWOCKY

 

 

`Twas brillig, and the slithy toves
  Did gyre and gimble in the wabe:
All mimsy were the borogoves,
  And the mome raths outgrabe.


"Beware the Jabberwock, my son!
  The jaws that bite, the claws that catch!
Beware the Jubjub bird, and shun
  The frumious Bandersnatch!"

 

He took his vorpal sword in hand:
  Long time the manxome foe he sought --
So rested he by the Tumtum tree,
  And stood awhile in thought.

 

And, as in uffish thought he stood,
  The Jabberwock, with eyes of flame,
Came whiffling through the tulgey wood,
  And burbled as it came!

 

One, two! One, two! And through and through
  The vorpal blade went snicker-snack!
He left it dead, and with its head
  He went galumphing back.

 

"And, has thou slain the Jabberwock?
  Come to my arms, my beamish boy!
O frabjous day! Callooh! Callay!'
  He chortled in his joy.

`Twas brillig, and the slithy toves
  Did gyre and gimble in the wabe;
All mimsy were the borogoves,
  And the mome raths outgrabe.

 

 

 

 

 

QUATRO VERSÕES DO POEMA:

 

 

I - O TAGARELOCA

 

Era brilíngüe e os lítios toves

Davam giros de pião na ciranda:

Mimosas, as minhocas marotas,

E, miméticos, os mindinhos lingüéticos.

 

"Alerta! O Tagaroa no tabaque

De abas de rebate, tabes de tabefe

Ave! Ave que arrebita bíceps,

Bile de Bilontra: bric-à-brac.

 

His vorpaline epée got stuck:

In thought.l'énnemi manxiquais

Il cherchait.(serait-il martiniquais?)

The Jabberroque.Tam-Tam.eyes flambant!

....................

Came whiffling and burbled, barigoulant.

 

One Deux une two, and through, par le milieu

Sa vorpal glaive fait: snicker-flac!

La bête defaite, back.avec sa tête!

En fête, il rentre gallomphant.

 

As-tu tué le Jabberroque?

Viens to my arms, amado filho!

Ó dia frabjola! Calle roque! Callock!

O velho cor-ulula risonho.

 

Era brilíngüe e os lítios toves

Davam giros de pião na ciranda:

Mimosas, as minhocas marotas,

E, miméticos, os mindinhos lingüéticos.

 

 

* * * *

 

 

II - O JAGARROCA

 

Brilurde. As toupas lubrisensólias

Revolvem piruetando no guano.

Mímeses: os güelabosquiosos,

Vermes de mica molecagem.

 

Guarde-se do Jagarroca, meu filho!

Güela que deglute - grifo! Grampeia!

Guarde-se do Pia-Papa! Foge!

Do furioso Faixa-garra!

 

Em punhos, sua espada varapau

À procura da mortal besta,

Chega à árvore Fa-tal

 

Quieto, meditabundo.Ali!

 

Cabrero, cafuso mundano.Sshh.

Flambando no ar olhares de bofe

Vem bafejando túrgidas bolhas

Ganas de verdejano bafo.

 

Um. Dois. Entra. Entranha:

Assanha o vorpe varal. Vai!

Vem! A besta jaz, cabeça

Despenca no volteio da lança

.............

Trança triunfo de volta.

 

O Jagarroca? O ôco rouco.

Você parou? Filho-rei! Iuup! Hurra!

O dia colore gritos: Cor-doure!

Arre! Arrebentam os sonhos!

 

Brilurde: as toupas lubrisensólias

Revolvem piruetando no guano.

Mímeses: os güelabosquiosos

Vermes de mica molecagem.

 

 

* * * *

 

III - O BABATROTE

 

Arde urde: lassidão de torvos

Revólver-revés na revolta relva

Os borrogafes iam camuflados e bisonhos

Com garra: agora o agá dos ratos garotos.

 

Guarde-se da gula do babatrote, filho!

Do gole que esgoela, da trova que tranca

Teme o pássaro Trema-Treme

Traia tramóia do Trinca-Trago.

 

Trave na mão, atravessa a mata

À procura do drástico tremor.

Chegando à árvore Tripé

Trepida trigueiro o pensa-dor:

 

A dor? Ele pensa, repensa.

Fugir.Flagrado Em Chamas!

Sim, in-flamados esses olhos

De baba-chama-trote.....

 

É tarde. Tempo de enfrentá-lo.

Um. Dois. Pata-qui

Três. Quatro. Pata-colá. A tes-tadabesta.

Finque aqu'isso: no vinco da lança

...............

Firme! Agora: galope triunfante!

 

Assassinaste? Com a sina

Da morte? Acabaste?

Dó doce sonho de entrega

Desse pai - odeia - trevas:

 

Arde-urde: lassidão de torvos

Revólver-revés na revolta relva

Os borragafes iam camuflados e bisonhos

Com garra: agarre o agá dos ratos garotos.

 

 

* * * *

 

IV - O JAGUABOQUE

 

Briarde! Briga! As larvas-trovas

Rodopiavam na relva e brilgavam

Furímbolos iam os papa-trigueiros

Gafes em gafieira fumbarelhavam matreiras.

 

"Filho, fique longe do Jaguaboque!

O da voraz bocanha, da garra que assanha!

Se guarde do pássaro Jáp-Jáp pé-de

Vento contra o Bica-e-Descama."

 

Empunhando seu vorpe punhal

Contra a besta há tanto aprontava

Ao pé d'árvore Portal, premorteia a farsa

Prenhe de reflexão brestial.

 

Ao ruminar pensamentos-flechas

Jaguaboque lhe desfeja olhares de fogo

Rosnando rosnos resverdejantes

Mostrou a goela barrigulante.

 

Um dois. Um dois. Lá e acolá

Cola e descola na espada-patapan!

Aqui jaz uma pata.ou a cabeça

Da besta na ponta da faca? Ei-la!

...............

(derradeira-a: farsa-triunfo, desfarsada)

 

"Tu mataste? O feroz Jaguaboque

Tu mataste? Filho meu, sem dúvida

És! Pros meus braços! Ande!

Ò dia pregnante! Ei! Rei! Júbilo de bile

.................

(do velho que estoura jubileu)

 

Uurdia, briga! As larvas-trovas

Rodopiavam na relva e brilgavam

Furímbolos iam os papa-trigueiros

Gafas em gafieira fumbarelhavam matreiras.

 

* 

 

Traduções: Yara Azevedo Cardoso

 

 

 

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Lewis Carroll
, pseudônimo de Charles L. Dodgson, nasceu em Daresbury, Inglaterra, em 1932. Seu pai era pastor protestante e deu ao filho educação religiosa. Charles ingressou na Universidade de Oxford para estudar Matemática, tornando-se professor nessa mesma instituição de 1855 a 1881. Estudioso de Geometria e Álgebra, publicou também obras de lógica matemática como The Game of Logic (1887) e Symbolic Logic (1896). O autor ficou conhecido, sobretudo, pelas obras literárias Alice no país das marauilhas (1865) e Alice no país dos espelhos (1871).

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