ZUNÁI - Revista de poesia & debates

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NICOLÁS GUILLÉN

 

 

De Sóngoro Cosongo (1931)

 

Caña

O negro
junto al cañaveral.

El yanqui
sobre o cañaveral.

La tierra
bajo el cañaveral.

!Sangre
que se nos va!

 

 

Cana

O negro
junto ao canavial.

O ianque
sobre o canavial.

A terra
sob o canavial.

Sangue
que se vai!

  *

Tradução: Marcelo Tápia

 

  * 

Nicolás Guillén, poeta cubano, nascido em Camaguey, em 1902, e morto em Havana, em 1989,  é considerado um dos expoentes da poesia hispano-americana e da poesia negra do século XX. Tido como o "poeta nacional de Cuba" em seu país, dedicou grande parte de sua obra a temas sociais; militante comunista, participou ativamente do processo revolucionário cubano, tendo sido eleito presidente da Unión Nacional de Escritores y Artistas de Cuba, cargo em que permaneceu até sua morte. Em sua produção literária - iniciada no âmbito do pós-modernismo e da vanguarda da década de 20 - costuma-se distinguir três vertentes: a poesia mulata (na qual reelabora ritmos, léxico e formas expressivas da fala e da canção cubanas), a poesia político-social e a poesia de raiz folclórica. Publicou, entre outros, os livros: Motivos del son (1930), Poemas mulatos (1931), Cantos para soldados y sones para turistas (1937), La paloma de vuelo popular (1958), Elegias (1958), Poemas de amor (1964), Tengo (1964), El gran zôo (1967) e La rueda dentada (1972).

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