ZUNÁI - Revista de poesia & debates

 

 

NICOLÁS GUILLÉN

 

 

De El gran zoo (O grande zôo) (1967)

Escarabajos

Vean los escarabajos.
El de la India,
vientre de terracota y alas de fieltro azul.
Los Gemelos, de cobre y gutapercha.
El Imperial de Holanda
originario de Sumatra (cobre solo).
El de lava volcánica
hallado en una tumba azteca.
El Gran Párpado de pórfido.

El de oro
(donación especial de Edgar Poe)
se nos murió.

 

 

Escaravelhos

Vejam os escaravelhos.
O da Índia,
ventre de terracota e asas de feltro azul.
Os Gêmeos, de cobre e guta-percha.
O Imperial da Holanda
originário de Sumatra (só cobre).
O de lava vulcânica
encontrado na tumba asteca.
O Grande Pálpebra de jaspe.

O de ouro
(doação especial de Edgar Poe)
já morreu.

 

 

Tradução: Marcelo Tápia

 

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Nicolás Guillén, poeta cubano, nascido em Camaguey, em 1902, e morto em Havana, em 1989,  é considerado um dos expoentes da poesia hispano-americana e da poesia negra do século XX. Tido como o "poeta nacional de Cuba" em seu país, dedicou grande parte de sua obra a temas sociais; militante comunista, participou ativamente do processo revolucionário cubano, tendo sido eleito presidente da Unión Nacional de Escritores y Artistas de Cuba, cargo em que permaneceu até sua morte. Em sua produção literária - iniciada no âmbito do pós-modernismo e da vanguarda da década de 20 - costuma-se distinguir três vertentes: a poesia mulata (na qual reelabora ritmos, léxico e formas expressivas da fala e da canção cubanas), a poesia político-social e a poesia de raiz folclórica. Publicou, entre outros, os livros: Motivos del son (1930), Poemas mulatos (1931), Cantos para soldados y sones para turistas (1937), La paloma de vuelo popular (1958), Elegias (1958), Poemas de amor (1964), Tengo (1964), El gran zôo (1967) e La rueda dentada (1972). 

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