ZUNÁI - Revista de poesia & debates

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TRISTAN CORBIÈRE


Parade

                          (oubliée)

 

Place S.V.P. Provinciaux
de Paris & Parisiens de
Carcassone!  

              Et toi, va mon livre _
Qu' une femme te corne,
Qu' un fesse-cahier te
fesse, qu' un malade
te sourie!  

Reste pire _
           tes moyens te le permettent.
Dis à ceux  

du métier que tu es un
monstre d' artiste...
Pour les autres, 7 f 50.

        Va mon livre & ne
me reviens plus.

 

 

Parada

 

                       (esquecida)

 

Praça S.V.P. Provincianos
de Paris & parisienses
de Carcassone!

               Vá, meu livro, vá _
Que uma mulher te chifre,
Que um medalhão te esnobe,
Que uma doença te sorria!

                Você tá numa fria
                    com fome e sem tostão.
                Diz a eles

da academia, que você é um
monstro de artista...
Para os outros, 7 f 50.

           Vá, meu livro, vá
E não me volte aqui.

 

Tradução: Claudio Daniel

 

  *

 

Tristan Corbière, poeta simbolista francês (1860-1887). Com ironia e sarcasmo, fez uma reflexão alegórica sobre a situação deslocada do artista na sociedade burguesa. No poema Epitáfio, por diz: "Matou-se de paixão ou morreu de preguiça,/ Se vive, é só de vício; e deixa apenas isso: / Não ser a sua amante foi seu maior suplício" (tradução: Augusto de Campos). Homem desajeitado e de extrema feiúra, costumava vestir-se com roupas de marinheiro e fumar cachimbo. Corbière foi desprezado em vida; publicou um único livro, Os Amores Amarelos (1873). Após sua morte, aos 27 anos, foi reconhecido por críticos e poetas exigentes como Edmund Wilson e Ezra Pound.

*

 

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