VLADIMIR HERRERA
HAROLDO DE CAMPOS
¿Quién te perdió Poesía
que ni te esperan
en el antro de dicha?
¿Qué habladuría te sorbe
naturaleza en que venías
alzada en los dólmenes?
(Y cuán escasa
la ceremonia del tiempo
su brisa de cólera
tus enseres te oculta)
¿Qué te perdió, Poesía
estampada y quien trabaja
para ti tras el biombo
que hasta los Narodsniki
te odian?
HAROLDO DE CAMPOS
Quem te perdeu Poesia
que nem te esperam
no antro de felicidade?
Que falatório te sorve
natureza em que vinhas
alçada nos dólmenes?
(E quão escassa
a cerimônia do tempo
sua brisa de cólera
teus utensílios te oculta)
O que te perdeu, Poesia
estampada e quem trabalha
para ti atrás do biombo
que até os Narodsniki
te odeiam?
Tradução: Diana de Hollanda
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Vladimir Herrera (Lampa, 1950). Publicou seu primeiro livro de poemas Mate de Cedrón, em 1974. Morou em Lisboa, Roma, Paris e Barcelona. Nesta última cidade fundou a editora artesanal Auqui. Dirigiu as revistas Trafalgar Square e Celos. Em 1980 obteve uma bolsa do Instituto Nacional de Bellas Artes de México e durante um ano trabalhou numa oficina de poesia com Tamara Kamenszain e Alberto Blanco. Além do já mencionado livro de poesias, é também autor dos livros Del verano inculto (Valencia, 1980), Pobre poesía peruana (Barcelona, 1989), Almanaque (Barcelona, 1990), Kiosko de Malaquita (Barcelona, 1993) e Poemas incorregibles, uma antologia de sua poesia, publicada em Barcelona por Tusquets Editores no ano 2000. Atualmente mora em Cusco e recentemente teve seu primeiro livro reeditado pela Cascahuesos Editores. |