ZUNÁI - Revista de poesia & debates

 

 

LER  É  COISA  DE  LEITOR

 

Ernesto de Melo e Castro

 

 

1. “Toda leitura é uma cicatriz”

 

Ler é coisa de leitor, parece um truísmo, um dito de M. de Lapalisse, mas não é. Não é, porque há muita coisa que se lê e não é coisa de escritor. E o leitor que o for, deve dar por isso.

 

O leitor, para verdadeiramente ser leitor, deve saber distinguir o que foi escrito para ser lido com inteligência e sentir do que foi meramente escrito para comunicar qualquer coisa que até pode não dizer nada, mas enche as páginas dos jornais, dos noticiários ou dos manuais de qualquer coisa… Já Fernando Pessoa escreveu no final do poema Isto: “Sentir, sinta quem lê”, ao que eu respondo complementarmente, “pensar, pense quem escreve”, o que também pode ser referido a Fernando Pessoa, no poema Ceifeira quando confessa dolorosamente: “O que em mim sente está pensando”. Isto porque, quem escreve, mesmo que não escreva para ninguém em particular, deve procurar escrever de um modo tal que o que escreve possa perdurar para além do ser escrito e possa ser lido por quem quiser ler, entender e fruir …mesmo que esse alguém não tenha ainda nascido ou não seja previamente identificável.

 

Quer isto dizer que, se o leitor tem que ser perspicaz nas suas leituras, o escritor deve também sê-lo nas suas escritas, embora a natureza dessas duas perspicácias não seja a mesma e seja diferente. Àquilo a que chamo perspicácia, chamava Baltasar Gracián (1601-1658) de agudeza, dizendo: “Nos labirintos do discurso se encontrará a agudeza … infinitamente finita”. Agudeza que se comporá “de engenho, de matéria, de exemplaridade e de arte”, no dizer do mesmo Gracián. Compete assim, ao leitor, segundo a estética barroca, transformar essa agudeza em fruição estética e prazer da leitura. Ora, posso desde já afirmar que perspicácia, agudeza e engenho não faltam nos poemas de Claudio Daniel., assim como matéria textual, exemplaridade e arte!

 

Prosseguindo na elaboração teórica, podemos assim dizer que existem duas poéticas, uma do leitor e outra do escritor. Ao que se poderá retorquir que existe também uma terceira poética que é a do texto. Pois se o escritor constrói o texto, o leitor tem que destruí-lo, mas o texto deve estar feito de tal modo que pode ser destruído de várias maneiras, mas nunca de um modo total e definitivo. Ao texto compete resistir às estratégias da leitura. Esse é um texto propriamente dito. E como Claudio Daniel diz, no poema Traça  “toda leitura é uma cicatriz”, ou seja, a marca de uma ferida e de uma luta. Luta de duas frontes ou duas frentes: a frente, poética do escritor e a frente, poética do leitor. Bifronte, portanto. Fera viva, ou “machado duplo” ou “lâmina de dois gumes”, é a arma que o texto é, à imagem dupla do mito de Janus. Dupla ou ambígua, múltipla ou polissêmica. Mas hermética e difícil de se dar.

 

Questão esta que deve ser aprofundada, considerando cada uma destas três poéticas de que se faz a polissemia literária, especialmente a da poesia.

 

A poética do escritor, ou do autor, é a mais remota e obscura. A problemática que leva o autor a escrever o seu texto é fechada e só acessível ao leitor através de hipotéticas tentativas de penetração naquilo a que muitos chamaram “o mistério da criação”. Essa poética é muitas vezes também pouco clara para o próprio autor, no momento mesmo da criação. De fato, não há resposta certa para a seguinte pergunta: — Porque é que alguém escreve, num dado momento, um poema e não outro?  A deriva biográfica, tão cara aos românticos, já sabemos que é uma falácia. A teoria do reflexo (a arte é o reflexo da vida, pessoal ou coletiva e social) proposta pelo realismo  igualmente soçobrou por inadequada à invenção poética.

 

Resta-nos o simbolismo, cuja natureza é arbitrária, segundo Saussure.

 

O autor está, então, a sós com os seus “fantasmas” enquanto escreve, mas depois , para os leitores, ele é o ausente, que pode até já ter morrido. Está representado pelos sinais que estão semioticamente em vez de si próprio, ou seja a sua escrita e o seu nome.

 

Quanto à poética da escrita ou escritura, essa, ainda que nem sempre transparente, é mais translúcida, principalmente nos textos ditos experimentais, ou seja, naqueles em que a questionação dos próprios processos e leis do escrever são o modo como o texto se organiza e materializa em códigos verbais. Mas toda a poesia, toda a ficção e todo o ensaio, são suscetíveis de análise quanto à sua própria poética e aí se estabelece um elo possível entre o que está escrito e quem lê, elo esse que é sempre litigioso e nunca definitivo. Quem assim não ler, não lê e não é leitor. É quando muito um ledor …O texto institui as suas próprias regras e é por isso que ele sobrevive ao autor e ao leitor.

 

Chegamos agora à poética da leitura, aquela em que cada leitor tem que responder por si próprio. É certo que pode haver e há teorias da recepção, mas não é de generalidades que se trata aqui. A poética da leitura é o já referido combate  entre o leitor e o texto e, se o autor se debateu com a página em branco no momento da escrita, o leitor, esse, no momento da leitura, debate-se com a página escrita, maculada e carregada de signos, à procura de significados. Poética esta que se transforma numa semiótica, precisamente por isso. O texto é um mar de signos que começam pelo formato e natureza do suporte, folha de papel, livro, jornal, revista, parede, quadro etc., etc.,  cada um com as suas cores, aspectos e sensações tácteis e até olfativas. Mas também a mancha impressa, o formato da letra e outros signos (código gráfico), assim como a língua (código lingüístico), com um determinado estilo (código literário), sendo todos circunstâncias sígnicas que provocam em quem lê o despertar de outros níveis sígnicos, conceptuais, emocionais, ideológicos ou lúdicos, de um modo narrativo ou não narrativo (presentativo), podendo denunciar toda uma diversa estratégia de enunciação que o autor dá aos seus desconhecidos leitores, como indicadores  e operadores da leitura.

 

Mas, embora estas três poéticas funcionem como se fossem um todo, existe sempre um distanciamento recíproco, porque enquanto o autor é apenas um índice distante, o texto, esse, é uma fonte presente e dinâmica de signos que são representamen de vária natureza; mas o leitor é um ser que produz signos interpretantes (na terminologia conceptual de Charles Sanders Peirce). O leitor, esse,  é o verdadeiro motor das vidas múltiplas dos textos.  Em O prazer do texto, Roland Barthes, escreve: “Se leio com prazer esta frase, esta história ou esta palavra, é porque todas foram escritas no prazer (este prazer não entra em contradição com os lamentos do escritor). Mas o contrário? O escrever no prazer garantir-me-á  — a mim, escritor  —  o prazer do meu leitor? De modo nenhum. Esse leitor, é necessário que eu o procure (que eu o ‘engate’), sem saber onde está. Cria-se então um espaço de fruição. Não é a ‘pessoa’ do outro que me é necessária, é o espaço: a possibilidade de uma dialética do desejo, de uma imprevisão do fruir: que os dados não estejam lançados, que exista um jogo”.

 

Uma leitura é um salto sempre em aberto e sem rede.

 

 

2. “Palavras de carbono”

 

Estas considerações teóricas são-me sugeridas, desde a primeira leitura, pelo livro de Claudio Daniel, a que o autor deu o título de FERA BIFRONTE. É que a poesia de Claudio Daniel logo se me impôs como uma poesia da leitura, mais do que uma poesia da escrita, precisamente no espaço de uma dialética do desejo e do jogo que suscita a fruição. Uma poesia que provoca o leitor na sua função de produtor de signos interpretantes, mais do que lhe propondo uma poética da escrita, ao modo da poesia experimental. Escrita predominantemente conotativa, é certo, mas que desvia o leitor da tentação da identificação entre autor e escrita, para privilegiar as relações entre o texto e o leitor, levando-o a ler e reler, até à formação de uma constelação de significados probabilísticos e talvez efêmeros, mas todos de elevada fruição e prazer.

 

O registro estilístico é um registro mínimo, evocando o condensare de um Ezra Pound ou de um Ungaretti, e acirrando a luta entre as “feras” vivas mas ocultas nos poemas ( palavras de carbono) e a sua plenitude de uma mítica provável, de que o leitor será também responsável. É por isso que um outro nível de leitura nos é subliminarmente proposto e leva a reconsiderar o próprio título do livro como sendo uma chave universal dos poemas, assim como a natureza semiótica do nome do autor é um índice revelador de algo que está sob a superfície do texto.

 

Consideremos então, os semas ‘Fera bifronte’ e ‘Claudio Daniel’ nos seus elementos constitutivos.

 

Bifronte alude, como já foi referido, ao mito do deus romano Janus que era bifronte, isto é, tinha duas caras, uma para a frente e outra para trás, o que significa que era capaz de desenvolver um argumento em todos os seus aspectos contraditórios e dialéticos.

 

Diz o mito de Janus que ele defendeu com todas as suas capacidades, o Imperador Claudio de acusações injustas que lhe eram feitas! Portanto o bifronte sai mais uma vez em defesa de Claudio (Daniel), o que pode ser interpretado como uma simples coincidência fortuita, só que as coincidências nunca são nem simples nem fortuitas, mas sim elementos complexos de uma profunda vivência cultural. Portanto Claudio Daniel, ao invocar uma fera bifronte para tutelar esta obra, está convocando uma defesa dialética para a sua poesia, perante o leitor e sua poética da leitura.

 

Mas o nome do poeta agora considerado é também Daniel, nome bíblico, não de um profeta, mas de um escritor de grande capacidade intelectual, chamado de seu nome próprio, ou como heterônimo, de Daniel, que faz “profecias” e escreve textos do agrado do Imperador  Nabucodonosor, que o eleva a altos cargos de governação. No entanto os seus inimigos armam-lhe uma intriga que leva o Imperador a destituí-lo, condenando-o a ser lançado a uma cova cheia de leões famintos. Na manhã seguinte, quando a pedra da entrada da cova é removida, Daniel responde ileso à chamada do Imperador, prestando-lhe declarações de lealdade. Como corolário o Imperador venera o deus pessoal inventado por Daniel e que realizara o milagre perante as feras ferozes. Portanto Daniel é o escritor que vence ou convence as feras e assim se salva da morte.

 

Todas estas circunstâncias podem ser consideradas num nível mítico genotextual. Mítico no sentido que Gilbert Durand refere em As estruturas antropológicas do imaginário: “… um universo como o do mito, universo não apenas feito de relações diacrônicas ou sincrônicas, mas de significações abrangentes, universo carregado de um semantismo imediato e que só a mediatização do discurso falseia. O que importa no mito não é exclusivamente o encadeamento da narrativa, mas também o sentido simbólico dos termos”.

 

Universo mítico que se projeta nos poemas, constituindo um fundo transconsciente mas que, uma vez revelado, impregna a leitura de significados referenciais novos e inesperados, quanto à natureza das “feras” que os poemas são e quando à dialética que profundamente possuem.

 

Em casos destes Carl G. Jung fala de “sincronicidade” e Haroldo de Campos de “plagiotropia”, conceitos que procuram caracterizar as teias e redes de que se fazem a vida e a poesia. “Sincronicidade” considerada como “princípio de relação não-causal entre acontecimentos, em certas circunstâncias que requerem outras formas de explicação”. “Plagiotropia”, (de ‘plagios’ = oblíquo e não em linha reta) “designando o movimento não linear de transformação de textos ao longo da História, por derivação nem sempre imediata”.

 

Qualidades essas que nos poemas de Claudio Daniel nos aparecem numa escrita mínima, em versos de poucas sílabas e de forma visual esguia, em que a condensação é apenas um disfarce fenotextual de uma estrutura subliminar de alcance mítico muito mais complexo.

 

3. “Pequenas aniquilações”: séries

 

É o que acontece com os pequenos animais que animam muitos dos poemas de Claudio Daniel, principalmente do livro Pequenas aniquilações, tais como: Formiga, Traça, Pulga, Barata, Piolho. Ou ainda em outros livros, outros animais: Caranguejo, o camelo, o cetáceo, o tigre, o leão, os peixes; ou partes de animais: o olho, a cabeça,  a anticabeça, o osso, os seios, e Poros, Cabelos, Unhas, Dentes, Sangue, cuja natureza de feras escritas se comunica a pequenos objetos do quotidiano: Chave de Fenda, Secador de cabelos, Guarda-chuva, Garrafas, Botas de Borracha. Mas também No olho da agulha, ou mesmo na Memória, nas Sex shop, Pet shop e até na Coffee shop…

 

Mas também os lugares referidos (ou feridos?) no livro A Sombra do Leopardo comparecem nos textos dos poemas, não como fatos descritivos mas sim como signos ferozes que remetem o leitor para zonas inesperadas da sua imaginação que poderemos constatar estar contaminada pelo estilema do excesso, característico do Barroco.

 

Por isso nos vêm à memória os poemas das séries das frutas e das flores de Soror Maria do Céu (1658–1753) notabilíssima poeta do Barroco português e contemporânea da pintora Josefa d’Óbidos, famosa pelas pinturas de frutos e flores que esteticamente correspondem às séries dos poemas de Maria do Céu, tal como foi estudado comparativamente por Ana Hatherly no ensaio As misteriosas portas da ilusão, a propósito do imaginário piedoso em Sóror Maria do Céu  Josefa d’Obidos, in  Josefa d’Óbidos e o Tempo Barroco, Coordenação de Vítor Serrão, Lisboa, 1993.

 

A organização de séries temáticas, tais como as já citadas da poesia de Claudio Daniel, mas também as obras com semelhante organização temática, como  O Livro dos Seres Imaginários, de Jorge Luís Borges,  ou  As Cidades Invisíveis  de Ítalo Calvino (para só dar dois exemplos do século XX), constituem referências inequívocas do ressurgimento de certos aspectos do Barroco a que hoje se chama de Neobarroco, estética esta que, tendo-se iniciado por volta de 1960, pode ser considerada hoje como o denominador comum das diversas manifestações artísticas inventivas contemporâneas.

 

4. Neobarroco em questão

 

Assim proposta uma plataforma de leitura transmítica ou de transleitura mítica (o leitor que opte como entender…) ou de desleitura, como se diz, logo no primeiro poema Escrito em osso:

 

Pois toda história humana

É um volume fechado

De cíclica desleitura.

 

 

assim proposta uma múltipla perspectiva hermenêutica para o livro de Claudio Daniel, é necessário sublinhar que ele é percorrido por “uma reverberação multiforme e no entanto identificável e particular, o barroco — e portanto o neobarroco  — que seria uma pulsão, que instaura uma tensão que se completa, idealmente, numa leitura capaz de empatia.” tal como escreve Horácio Costa na orelha da antologia Jardim de Camaleões, A Poesia Neobarroca da América Latina, organizada também por Claudio Daniel.

 

Os dois poemas Escrito em osso (I e II) que podem ser vistos como de  introdução à obra, são também a proposta desse universo estético que é hoje o Neobarroco, quer pela sua estrutura em dialogo visual (grupos de linhas em itálico alternando com grupos em tipo redondo) quer pela natureza insólita das imagens muitas vezes associadas em oxímoros, quer pela natureza de metadiscurso, sobre a própria feitura escrita dos poemas:

 

 Fósseis argumentos

 Esqueléticas grafias

Autofágica página

Inescrita, devoluta

                                        ……………………….

 

Palavras desventradas

Da cadela, sons fecais

Em hinos de desmemória

                                        …………………………….

 

Ou em repetições como  “Um corvo azul irrompe /  no poema”  ou em sucessivas e ferozes auto-críticas : “sou espectro de mim” ,  “sou alimária de mim” , “sou descosturado de mim”, que certamente são “ruínas de um vocabulário; / escura grafia / rasurando crânios”; vocabulário esse certamente reminiscente de um barroco desbragado mas também  panegírico, que agora se volta contra si mesmo na forma de anti-panegírico !

 

A questão do Neobarroco ou do Neobarroco em questão é hoje uma proposta polivalente, tanto para a poesia do Brasil e das Américas de língua castelhana, como para os países ibéricos, Portugal e Espanha. De fato, no prefácio da primeira edição da Antologia da Novíssima Poesia Portuguesa, realizada com Maria Alberta Meneres, e publicada em 1959, já me foi  possível assinalar, pela primeira vez, uma tensão de caráter barroco na poesia dos poetas mais novos. Tensão essa que se foi acentuando durante a década de 60 e que, em vários textos críticos e entrevistas, eu fui sublinhando e até teorizando. Todo esse trabalho sobre o Neobarroco está resumido e justificado no ensaio O Complexo Português e o Hiperbarroco, publicado no livro Dialéctica das vanguardas, Livros Horizonte, Lisboa, 1976, e posteriormente no texto teórico As Fontes, as Nuvens e o Caos, hoje republicado na antologia O Fim Visual do Século XX, Edusp, São Paulo 1973.

 

Mas é necessário observar que a idéia e a pertinência do Neobarroco na poesia atual, principalmente nas línguas latinas, só foi possível após terem sido devidamente digeridas e assimiladas as propostas das chamadas “Vanguardas de 60”,  da Poesia Concreta e da Poesia Experimental.

 

O atual Neobarroco é efetivamente uma recontextualização de valores textuais e imagéticos que oriundos do Barroco do século XVII e depois de filtrados pelos movimentos, já referidos, da 2ª metade do século XX, se mostram agora pertinentes perante as características de polissemia, sincronicidade, transformação, mas também da contradição entre o rigor e o excesso nas nossas culturas contemporâneas.

 

Leia-se, portanto esta obra de Claudio Daniel como um marco desta re-nova estética e da intervenção da poesia, tão urgente como necessária, nas nossas vidas trucidadas pelos universos da sobre-informação pateticamente vulgar e tragicamente redundante.

 

 

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E. M. de Melo e Castro, poeta e ensaísta, nasceu em Covilhã (Portugal), em 1932. Praticante e teórico da Poesia Experimental Portuguesa nos anos 60, é considerado pioneiro da vídeopoesia ( Rodalume, 1968). Professor convidado para ministrar cursos de Infopoesia e Ciberpoéticas da Transformação, no Programa de Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1996-1997) e professor contratado para ministrar cursos na área de Estudos Comparados de Literatura e Língua Portuguesa da Universidade de São Paulo até 2001, com tese de doutorado em Literatura Africana, é autor de inúmeros livros, dentre os quais: Finitos mais Finitos, Literatura Portuguesa de Invenção, Visão Visual, O Fim Visual do Século XX, O Próprio Poético , Poética dos Meios e Arte High Tech, Dialéctica das Vanguardas, Algorritmos, Trans(a)parências, dentre outros. Infopoesia: produções brasileiras está disponível na página http://www.ociocriativo.com.br/meloecastro.

 

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