poema da catequese
2
Estranho ao santo
astro casto
branco e manco
engastando-se lasso
num canto sem vida
(o fogo afogado
a libido inibida),
o caraíba tupi
comia fumaça
coçava cabeça
tocava cabaça
e em graves cantares
e grandes beberes
gozava de graça
de muitas mulheres.
oca
Cava o passado.
Cava e escava,
escravo.
Cava o chão
do passado.
Erra na terra deserta.
Vela a vila desaparecida.
Deita na aldeia abandonada.
Chora na cidade fantasma.
Mas cava, escravo.
Cava e escava o passado.
Cava a esmo no ermo.
Cava o mesmo no mesmo.
(O alucinado sempre
repetindo o filme;
o criminoso sempre
no local do crime.)
Lavra, sulca, escarva.
E assim até chegar
ao carvão mais vivo
do ébrio coração escândalo
que brilho ainda resta:
uma chama na montanha,
outro fogo na floresta.
vers
*
amor que parte o claro
riso
em querer desmedido
e recusa insana
amor que me toma
como um carrossel de sóis
e um girassol de lâmpadas
vê se me alumia
me esclarece
me doma
**
) sim não simnão
nim são sins (
eis que não me
sei
ser menos que seis
toda e cada vez
) sim não simnão
nim são sins (
***
amor que vence os tigres
vê se vence a mim
e me arrasa e me ilumina
para que eu saiba
saber o sim
fim de caso 3
onde quer
que você
me esqueça
que eu
apareça
e cresça
fantasia
espessa
doendo
densa
na sua
cabeça