ZUNÁI - Revista de poesia & debates

 

PERFORMANCE

 

CRUZ E SOUSA, O POETA DO DESTERRO

 


O poeta João da Cruz e Sousa é um estigma literalmente escuso da literatura brasileira. Por ser uma exceção na então sociedade escravocrata do século XIX, sua soberba negritude acabou por matá-lo aos trinta e seis anos. Sua "igualdade" era demais. O preto no branco, preto-e-branco. Desde o início ele soube, como se uma película de nitrato fora, que seria "incendiado". E não incensado - simbólico expediente comum na alvorada do cinema (que lhe foi vizinha), quando as salas eram perfumadas durante a exibição de filmes místicos. Como o personagem de Le Petit Soldat, de Godard, Cruz e Sousa tentava abarcar a tela, entrar na cena, assumir a visibilidade da ilusão. (S. B.)

 


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[ ZUNÁI- 2003 - 2006 ]