CRUZ
E SOUSA, O POETA DO DESTERRO
O poeta
João da Cruz e Sousa é um estigma literalmente
escuso da literatura brasileira. Por ser uma exceção
na então sociedade escravocrata do século
XIX, sua soberba negritude acabou por matá-lo aos
trinta e seis anos. Sua "igualdade" era demais.
O preto no branco, preto-e-branco. Desde o início
ele soube, como se uma película de nitrato fora,
que seria "incendiado". E não incensado
- simbólico expediente comum na alvorada do cinema
(que lhe foi vizinha), quando as salas eram perfumadas
durante a exibição de filmes místicos.
Como o personagem de Le Petit Soldat, de Godard, Cruz
e Sousa tentava abarcar a tela, entrar na cena, assumir
a visibilidade da ilusão. (S. B.)
outras
matérias especiais >>>
|