A jornada visionária
em busca do que é inusitado, paradoxal ou inverossímil é
o signo que rege os filmes do cineasta Werner Herzog, um
dos principais diretores do cinema alemão dos anos 70, ao
lado de Wim Wenders e Rainer Werner Fassbinder. Sua poética
de impossibilidades tem uma dupla estratégia: por um lado,
questiona a idéia convencional do que seja realidade, musa
que inspira boa parte da produção cinematográfica contemporânea,
baseada na estética ficcional do século XIX; e por outro
abre novas perspectivas para a linguagem do cinema, compreendido
como arte da ilusão, fazendo uso dos recursos sonoros, visuais
e de representação, numa espécie de gramática alucinatória.