JAKOB
VAN HODDIS
WELTENDE
Dem Bürger fliegt
vom spitzen Kopf der Hut,
In allen Lüften hallt
es wie Geschrei.
Dachdecker stürzen
ab und gehn entzwei,
Und an den Küsten
- liest man - steigt die Flut.
Der Sturm ist da,
die wilden Meere hupfen
An Land, um dicke
Dämme zu zerdrücken.
Die meisten Menschen
haben einen Schnupfen.
Die Eisenbahnen fallen
von den Brücken.
FIM DO MUNDO
Da cabeça oca do burguês
voa o chapéu,
em todos os ares paira
a gritaria.
Telhados despencam e
andam quebrados,
e no litoral - lê-se
- a maré sobe.
A tempestade está lá,
os bravos mares saltitam
em terra, para amarrotar
diques gordos.
A maioria das pessoas
está resfriada.
As estradas de ferro
caem das pontes.
*
Tradução: Ana
Rüsche
*
Von Hoddis
nasceu em 1887, e foi fundador do "Novo Clube", em 1909. Estudou
grego, filosofia e arquitetura. Teve uma vida conturbada,
com passagens a clínicas psiquiátricas. Desapareceu em 1942,
provavelmente "eliminado numa câmara de gás de um campo de
concentração nazista" (in CAVALCANTI, Claudia, Poesia Expressionista
Alemã, Liberdade, São Paulo, 2000). O pseudônimo que adotou
é baseado num anagrama de seu nome verdadeiro, Hans Davidsohn.
Leia também um ensaio
sobre o Expressionismo alemão e traduções de Paul
Celan e Georg
Trakl
|