ZUNÁI - Revista de poesia & debates

[ retornar - outros textos - home ]

 

 

HOMENAGEM AOS 50 ANOS DA POESIA CONCRETA

O poeta Augusto de Campos, autor da Caixa Preta.

Augusto de Campos publicou em 1955, no n. 2 da revista Noigandres, uma série de poemas inspirados na melodia de timbres do músico austríaco Anton Webern, utilizando recursos de espacialização, cores e diferentes caminhos de leitura. Esta série, chamada Poetamenos, é o marco inicial da Poesia Concreta, primeiro movimento de vanguarda nascida em solo brasileiro, que obteve repercussão internacional. Os princípios da nova estética foram desenvolvidos por Augusto, seu irmão Haroldo de Campos e Décio Pignatari no Plano-piloto da Poesia Concreta (1958), que deixou marcas em nossa evolução poética, que pode ser verificada na obra de autores como Edgard Braga, Pedro Xisto, José Lino Grunewald, na fase experimental de Ferreira Gullar e de José Paulo Paes, nas fraturas sintáticas das últimas produções de Mário Faustino e na poesia inicial de Paulo Leminski. O trabalho teórico e tradutório do grupo concreto, que divulgou em primeira mão no nosso país as obras fundamentais de James Joyce (Finnegans Wake), Mallarmé (Un Coup de Dés), Ezra Pound (Os Cantos), Cummings, Maiakovski e muitos outros, contribuiu para a ampliação de nosso repertório, além de inaugurar uma nova modalidade de crítica literária, focada não na sociologia, mas na linguagem poética. O trabalho dos poetas jovens brasileiros, sem dúvida alguma, deve muito ao que foi realizado pela vanguarda concretista (embora não se trate, hoje, de dar continuidade a esse linha estética, mas de explorar novos caminhos, inspirados pelo ideal de elaboração meticulosa da linguagem poética). Como homenagem a este meio século de saudável inquietação e recusa ao conformismo, Zunái publica aqui uma pequena mostra da poesia de Augusto de Campos, além de linkar os ensaios já publicados sobre o tema em nossa revista.

*

 

retornar <<<

[ ZUNÁI- 2003 - 2005 ]